Nascido na cidade palestina de Jafa (atual Telavive), Hisham Sharabi dedicou sua vida ao combate ao imperialismo e à construção de uma cultura revolucionária árabe. Intelectual militante, Sharabi formou-se em filosofia pela Universidade Americana de Beirute (AUB) em 1947, no momento em que o imperialismo organizava o massacre de seu povo e a expulsão em massa dos habitantes verdadeiros da Palestina.

Ainda durante os anos de formação, em 1946, uniu-se ao Partido Social Nacionalista Sírio (PSNS), organização pan-arabista fundada por Antoun Saadeh, com quem trabalhou diretamente na reconstrução do partido após o fim da Segunda Guerra. Após o assassinato de Saadeh pelas autoridades libanesas, Sharabi foi obrigado a exilar-se em Amã e, em seguida, nos Estados Unidos. Mesmo assim, continuou a militar pela causa árabe e pela unidade dos povos oprimidos do Oriente Médio.

Nos EUA, concluiu seu doutorado em história moderna na Universidade de Chicago e, em 1953, passou a lecionar na Universidade de Georgetown, em Washington. Nunca deixou de lado a política: organizou o PSNS no exílio até 1955 e manteve firme sua ligação com a luta dos povos árabes, em especial a resistência palestina.

Na década de 1960, suas atividades se intensificaram. Retornou temporariamente a Beirute em 1963 e, em 1969, visitou os campos da resistência armada palestina na Jordânia, onde se encontrou com dirigentes como George Habash, Khaled al-Hassan e Salah Khalaf. Relatou suas impressões no livro Palestine Guerrillas: Their Credibility and Effectiveness, onde retratou a disposição revolucionária dos combatentes pela libertação da Palestina.

Entre 1970 e 1971, lecionou filosofia na AUB e passou a colaborar com o Centro de Planejamento da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), coordenado por Yusif Sayigh. A partir daí, sua trajetória se entrelaça à construção de instituições fundamentais para a causa palestina no exílio, como o Journal of Palestine Studies, do qual foi editor-chefe por mais de três décadas, e o Jerusalem Fund for Education and Community Development, que concedia bolsas de estudo a estudantes palestinos.

Sharabi também fundou, em 1990, o Centro de Análise Política sobre a Palestina, em Washington, contribuindo decisivamente para o fortalecimento da causa nacional palestina no campo intelectual, político e educacional.

Ao contrário de muitos intelectuais cooptados pelos interesses imperialistas após os Acordos de Oslo, Sharabi assumiu uma posição crítica desde 1996, defendendo a luta conjunta dos palestinos com os demais povos árabes contra a ocupação sionista. Para ele, a reconstrução da sociedade palestina deveria se dar a partir da resistência popular e da mobilização, e não da conciliação com os algozes do povo palestino.

Hisham Sharabi faleceu em Beirute, em 2005, rodeado por familiares, militantes palestinos e libaneses.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 15/06/2025