
O tenente-coronel Mauro Cid relutou até o último momento para delatar o envolvimento do general Braga Netto nas tentativas de golpe após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Com informações do UOL.
A resistência de Cid tinha razões pessoais: sua família mantinha uma relação próxima com a de Braga Netto. Seu pai, o general Mauro Lourena Cid, era amigo do ex-ministro da Defesa, e suas esposas também tinham um vínculo de amizade.
Em um de seus depoimentos mais recentes, o tenente-coronel reconheceu que o respeito hierárquico por um general quatro estrelas, o cargo mais alto do Exército, também foi um fator que o fez hesitar antes de acusar Braga Netto.
Seus primeiros relatos à Polícia Federal (PF) ocorreram em agosto de 2023, mas ele foi chamado repetidas vezes para complementar informações e esclarecer contradições.

Ao longo das investigações, Cid foi mudando suas declarações, adicionando novos detalhes e até chorou durante um dos interrogatórios. A decisão de revelar a participação de militares só veio após uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, em novembro de 2024, quando foi alertado sobre os riscos de sua família ser envolvida nas investigações.
Nos primeiros depoimentos, o tenente-coronel minimizou a atuação de militares das Forças Especiais no plano golpista. No entanto, à medida que novas provas surgiam, a PF o confrontou, e ele foi forçado a detalhar o real envolvimento desses militares, incluindo Braga Netto.
As revelações feitas por Cid foram cruciais para a prisão do general, um episódio inédito na história do Brasil, em que um general quatro estrelas foi detido.
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