Os apoiadores políticos do presidente Luis Lacalle Pou e do ex-mandatário José Mujica surgem como favoritos para conquistar as candidaturas presidenciais de seus respectivos partidos, segundo as últimas pesquisas antes das eleições internas de domingo no Uruguai.
As primárias partidárias determinarão quem concorrerá em outubro para ocupar a cadeira presidencial entre 2025 e 2030.
No Partido Nacional, que lidera a coalizão de centro-direita que governa o país desde 2020, Álvaro Delgado, ex-secretário da Presidência, lidera as intenções de voto com 63-66%, seguido da economista Laura Raffo, com 19-25%.
Na esquerdista Frente Ampla (FA), a maior força de oposição do país, Yamandú Orsi, herdeiro do legado de Mujica e ex-intendente do departamento de Canelones, está na frente com 55-58% das intenções. Sua principal rival, a intendente de Montevidéu, Carolina Cosse, apoiada por comunistas e socialistas, tem 35-37%.
Os números mostram que o Partido Colorado (PC, centro-direita) está mais dividido. Assim como o Nacional, o Colorado é um dos partidos mais antigos do país e integra a coalizão no poder.
O advogado Andrés Ojeda está em primeiro nas pesquisas (42-45%), distante do pelotão que vem atrás, onde se destacam o ex-titular da administração de educação pública Robert Silva (21-23%), o ex-presidente da empresa estatal de telecomunicações Gabriel Gurméndez (10-20%), e o ex-ministro do Turismo Tabaré Viera (7-16%).
O voto é voluntário nas primárias, mas nas eleições presidenciais e legislativas de outubro e em um eventual segundo turno, caso nenhum dos candidatos conquiste a maioria simples, ele se torna obrigatório.
Os analistas concordam que a interna nacionalista não trará surpresas, mas, nas outras duas, o resultado pode mudar segundo o número de eleitores: uma maior mobilização das bases beneficiaria Cosse na FA, e prejudicaria Ojeda no PC.
Mais de 2,7 milhões de uruguaios estão aptos a votar no domingo, em um dia com previsão de temperaturas baixas e em meio à Copa América, que pode deixar muitos em casa
Dezoito partidos políticos, a grande maioria com candidato único, se registraram para participar das primárias, nas quais se escolhem também os órgãos deliberativos nacionais e departamentais.
O órgão deliberativo nacional de cada região nomeará o candidato se nenhum dos postulantes alcançar mais de 50% dos votos válidos, ou 40% com uma diferença de pelo menos 10 percentuais para o segundo.