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O carnavalesco Paulo Barros, da Unidos de Vila Isabel, está sendo alvo de críticas ao atacar a predominância de enredos com temáticas africanas no Carnaval carioca. Suas declarações, feitas em entrevista à Folha de S. Paulo na última semana, foram classificadas como “extremamente racistas” pelo deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que integrou o camarote Folia Tropical na Marquês de Sapucaí no último domingo (2).
Barros afirmou que o povo “não aguenta mais” enredos afro e que a maioria dos espectadores não entende o que se passa na avenida. “A maioria dos enredos desse ano são afros, tudo já foi visto e revisto, e eu posso te garantir que 90% de quem está assistindo o desfile não vai entender nada”, disse o carnavalesco. Ele também criticou a complexidade das narrativas sobre orixás, afirmando que as histórias são confusas e difíceis de assimilar.
Em resposta, Henrique Vieira disse que “a declaração dele é extremamente racista, carregada de preconceito”. Para o parlamentar, os enredos de temática afro são parte de uma reparação histórica necessária, ainda que em passos lentos.
A Cássia Kis da Vila Isabel segue desprezando e diminuindo diversos enredos como se fossem uma coisa só. Esse já perdeu o protagonismo, aliás o último título dele (2017) foi em com enredo folclórico, é triste uma escola tão bonita ter esse branco burro do Paulo Barros no comando. pic.twitter.com/NVMJMHTatj
— Paula Sampaio Moreti (@GiuliMedrado) February 25, 2025
“O que o Carnaval carioca traz é um mínimo. Não tem exagero nenhum, muito pelo contrário”, defendeu em entrevista à Folha durante os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Na terça-feira (25), o carnavalesco usou suas redes sociais para reforçar sua posição, afirmando que não tem “obrigação” de abordar temas africanos em seus desfiles.
“Eu tenho o direito de pensar dessa forma. O direito é meu. As pessoas falam: ‘nós estamos num país de democracia’. Esse é o meu pensamento, sinto muito. Tem umas pessoas que concordam e umas que não concordam. Tem que respeitar a opinião de cada um e eu respeito”, escreveu Barros.
Ele também destacou que o Carnaval, ao longo das décadas, assimilou diversos tipos de enredos, não se limitando a temas africanos.
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