Após ter anunciado, logo depois de sua posse, que estava comprometido com esforços de negociação no sentido de colocar fim ao conflito militar no leste europeu entre Rússia e Ucrânia, o presidente Republicano norte-americano, Donald Trump, ameaça abandonar as tratativas para uma solução que busque assegurar um acordo de paz duradouro entre os dois países. O mandatário da nação imperialista mais poderosa do planeta havia dito, quando de sua posse (e até mesmo antes, quando ainda estava em campanha) que acabaria com o conflito com apenas um telefonema. As coisas, no entanto, não parecem ser tão simples assim como imaginou Trump, ou como ele desejaria.

As declarações do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante um encontro em Paris com líderes franceses e ucranianos, deixam claro que, diferente do que podem representar as palavras, a realidade se apresenta mais complexa, exigindo um posicionamento à luz da situação concreta. Rubio disse os EUA não estão dispostos a esperar por muito mais tempo para que Moscou e Kiev cheguem a um acordo.  

Não vamos continuar com esse esforço meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente se isso é viável nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse Rubio.

Por sua vez, reagindo às declarações de Marco Rubio, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as colocações do secretário de Estado dos EUA são irreais, pois já houve progressos nas negociações entre as partes envolvidas no conflito, sobretudo no que diz respeito ao cessar-fogo no Mar Negro, embora haja troca de acusações de violação de ambas as partes.

Embora Trump tenha suspendido a ajuda militar à Ucrânia, cumprindo uma de suas promessas de campanha, o fato é que uma solução definitiva para o conflito não parece tão fácil como desejam os norte-americanos. Isso porque o presidente ucraniano (ilegítimo) Volodymyr Zelensky não só vem impondo condições inaceitáveis aos russos para o fim do conflito, como também porque o fantoche de Kiev continua contando com a ajuda e o apoio dos governantes europeus, nesse momento, por razões múltiplas, contrários à política de Trump de pôr fim à guerra.  

O fato é que a luta entre as duas alas do imperialismo se acentua e os setores imperialistas mais poderosos procuram bloquear um acordo de paz, enquanto o setor trumpista deseja o fim do conflito. Os defensores da guerra representam sobretudo a indústria armamentista norte-americana, que tem como aliados os governos europeus que, conforme já foi dito, querem a continuidade da guerra.

Não há solução de curto prazo no horizonte, o que irá acentuar o acirramento da luta entre os dois setores do imperialismo mundial.

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Last Update: 26/04/2025