
Após o governo de Donald Trump congelar US$ 2,2 bilhões em verbas de pesquisa da Universidade de Harvard, ex-alunos e pequenos doadores intensificaram as contribuições para tentar minimizar os impactos financeiros da medida.
A decisão do governo republicano veio após Harvard se recusar a atender a uma série de exigências, entre elas a adoção de políticas de admissão e contratação “baseadas em mérito”, a realização de uma auditoria com alunos, professores e dirigentes, além da proibição do uso de máscaras — esta última interpretada como uma resposta a manifestações pró-Palestina no campus.
Trump e aliados alegam que os protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, em 2024, foram motivados por antissemitismo, o que aumentou ainda mais a pressão sobre a universidade. A carta com as exigências foi enviada a Harvard na sexta-feira (11), provocando reação imediata de lideranças acadêmicas e ex-alunos.
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As doações
Entre os que decidiram apoiar financeiramente Harvard está o escritor judeu David Graham-Felsen, que doou US$ 108 — valor simbólico por ser múltiplo de 18, número associado à palavra “vida” no judaísmo. “Quanto mais Trump punir Harvard financeiramente, mais eu vou doar. Eu não sou um cara rico”, afirmou.
Embora Harvard não tenha divulgado números oficiais sobre as doações, relatos indicam que diversos ex-alunos, mesmo os que nunca haviam contribuído antes, decidiram doar nesta semana. O professor emérito de Direito Laurence Tribe também defendeu que este é o momento de apoiar a universidade.
O advogado Gil Pimentel, formado em 1984, doou US$ 100 e incentivou outros colegas por meio de uma lista de e-mails com cerca de 400 ex-alunos, incluindo o ex-secretário de Estado Antony Blinken, o advogado George Conway e a historiadora Heather Cox Richardson.
Com o título “Lute ferozmente, Harvard!”, Pimentel compartilhou um link para facilitar as doações. Segundo ele, mais de 50 pessoas responderam confirmando a contribuição. O advogado Mark Pelofsky, por exemplo, doou US$ 250 — sua primeira doação à universidade em anos.
A mobilização também chegou a figuras públicas como o ex-presidente Barack Obama, formado em Direito por Harvard. Nesta semana, Obama se manifestou a favor da instituição, assim como os senadores Chuck Schumer e Bernie Sanders.
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