O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá decidiu, por unanimidade, cassar o mandato da deputada federal indígena Silvia Waiãpi. Ela foi acusada de utilizar fundos eleitorais para financiar um procedimento de harmonização facial durante a campanha de 2022.
Na sessão de quarta-feira (19), o TRE rejeitou as contas de Waiãpi, seguindo um recurso do Ministério Público Eleitoral do Amapá. A acusação indicou que a então candidata contratou uma empresa para serviços de marketing digital, cerimonial e produção de vídeos no valor de R$ 39.454,70, mas apenas R$ 20 mil foram realmente destinados a esses serviços.
De acordo com a acusação, o restante do valor, R$ 19.454,70, foi desviado para outras despesas, incluindo um procedimento estético que custou R$ 9 mil. Silvia Waiãpi ainda pode apelar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A equipe da deputada, em nota, declarou que ela soube da decisão pela mídia e alegou que suas contas já haviam sido aprovadas pelo tribunal.
O documento também destacou: “É estranho que a deputada não tenha sido notificada, tampouco seus advogados”. E completou: “Agora cabe aos advogados compreenderem o que foi julgado e tomar as ações necessárias”.
O Ministério Público Eleitoral apresentou uma transferência bancária entre a ex-coordenadora de campanha da deputada e uma clínica de estética como prova da intenção de legitimar o gasto com o procedimento estético, denúncia feita pela própria ex-assessora.
Silvia Waiãpi é conhecida por apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e já atuou como secretária de saúde no governo anterior.
Atualmente, Waiãpi está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados e é uma crítica ativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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