O líder revolucionário Mahmoud al-Zahar, ex-chefe político do partido revolucionário Hamas, assassinado recentemente pelo Estado sionista de Israel, teve toda sua história pessoal ligada à luta revolucionária na defesa do povo palestino.
Durante sua trajetória, al-Zahar esteve em contato com figuras importantes da histórica luta palestina, entre elas o xeique Ahmed Ismail Hassan Iassin, fundador do Hamas.
Quando fez 43 anos, al-Zahar foi um dos mais jovens fundadores do Hamas durante o processo de formação do grupo. Nesse mesmo ano, al-Zahar foi preso pelos sionistas, algo que se repetiria em 1988, levando a sua deportação em 1992 para o sul do Líbano.
Já no fim dos anos 90, al-Zahar tornou-se próximo do xeque Ahmed Iassin, líder do Hamas. Com essa aproximação, al-Zahar se tornou uma fundamental liderança para o grupo revolucionário, chefiando o escritório de Iassin quando o xeique saiu da prisão em 1997.
Após o assassinato de Abdal-Aziz al-Rantisi em 2003 e do xeique Iassin em 2004, promovidos pelas forças sionistas, al-Zahar tornou-se a principal liderança do Hamas.
Durante o período em que esteve com Iassin, al-Zahar se tornou o braço direito daquele que foi uma das figuras mais importantes na organização da resistência palestina na segunda metade do século XX.
Com Iassin, o Hamas conquistou popularidade na Palestina através da construção e implementação de hospitais, sistemas de educação, bibliotecas e outros serviços, tornando-se uma organização de amparo à população, além de gradativamente tornar-se um decisivo partido político.
Ahmed Iassin seria morto em 22 de março de 2004, aos 67 anos, em um assassinato realizado por helicópteros da Força Aérea de Israel e em seu cortejo estima-se que mais de 200 mil palestinos se fizeram presentes.
Durante suas atividades com Iassin, al-Zahar consolidou-se na liderança do Hamas e veio assumir um papel de extrema-importância, tornando-se, ainda em 2006, primeiro-ministro da Palestina em Gaza.
Al-Zahar também viria a ser responsável por estruturar o partido, desenvolver ele como principal força política em Gaza, como também consolidar-se como a representação de todo o povo palestino contra o sionismo.
A história de al-Zahar e Iassin comprovam a ideia de que o Hamas não está ligado meramente a uma figura, a uma mera personalidade, mas sim que é um amplo grupo de resistência, com uma forte ideologia enraizada na luta pela liberdade do povo palestino. No momento que Iassin foi assassinado, al-Zahar tornou-se a frente do grupo, agora com seu assassinato muitos outros al-Zahars virão, pois como comprova a história do principal grupo da resistência palestina, a luta pela sua libertação está apenas se fortalecendo, ainda mais em um momento como este onde o Hamas, sob a liderança de al-Zahar, provocou a maior derrota da história de Israel.