O Hamas anunciou Yahya Sinwar como o novo chefe político do grupo islâmico, uma semana após o assassinato de Ismail Haniyeh, então líder do partido, em Teerã, capital do Irã.
“O Hamas anuncia a escolha do líder irmão Yahya Sinwar como chefe do gabinete político do movimento, sucedendo ao falecido líder Ismail Haniyeh, que Deus tenha misericórdia dele”, informou o Hamas em um comunicado.
Ismail Haniyeh foi assassinado na capital persa após participar do evento que marcou a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Haniyeh estava hospedado em uma instalação militar na cidade, quando uma bomba foi acionada remotamente por volta das 2h no horário local.
Yahya Sinwar tem 61 anos e nasceu em um campo de refugiados ao sul de Khan Younis. Durante a ocupação israelense na Faixa de Gaza, Sinwar foi preso pela primeira vez por Israel em 1982, aos 19 anos, por “atividades islâmicas” e depois preso novamente em 1985.
Ele conquistou a confiança do fundador do Hamas, o xeque Ahmed Yassin. Dois anos depois da fundação do Hamas, em 1987, ele criou organização de segurança interna do grupo, a Al-Majd. A Al-Majd era encarregada de combater palestinos suspeitos de colaborar com Israel. Décadas mais tarde, em 2017, Sinwar foi eleito líder do Hamas na Faixa de Gaza. Sinwar também é ex-comandante de elite das brigadas Al-Qasam.
Apesar da promessa do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de eliminar o Hamas, o grupo armado palestino continua a resistir em Gaza. Sinwar também conseguiu escapar à captura por Israel, apesar da declaração de Yoav Gallant, ministro da Defesa, de que Sinwar está vivendo “com tempo emprestado”.
Para o analista político Marwan Bishara, a escolha de Sinwar representa um desafio a Israel. “Acho que o foco em Gaza e em Sinwar é um importante sinal de desafio”, disse Bishara. “O Hamas não está prestes a perder Gaza. O Hamas continua a ser uma potência dentro de Gaza e, portanto, o seu líder deve estar lá”.