Na sexta-feira, Biden afirmou que um acordo para encerrar os combates em Gaza está “muito mais próximo”. Em suas palavras: “ainda não chegamos lá. Mas estamos muito, muito mais próximos do que estávamos três dias atrás. Então, mantenham os dedos cruzados”, disse Biden, alertando todas as partes da região para não fazerem nada que possa minar as negociações neste estágio crucial.
O dirigente do Hamas, Sami Abu Zuhri, respondeu: “dizer que estamos nos aproximando de um acordo é uma ilusão”. “Não estamos diante de um acordo ou de negociações reais, mas sim da imposição de ditados norte-americanos”, acrescentou. Ele ainda afirmou que o Hamas não está disposto a participar de “novas conversas” com “Israel”.
O Hamas mudou de posição em relação ao cessar-fogo após o assassinato de Ismail Hanié pelo Estado de “Israel” no dia 31 de julho. O partido palestino afirmou que as deliberações até o início de julho deveriam ser seguidas, que os EUA e o Conselho de Segurança da ONU haviam feito uma proposta de cessar-fogo, mas que “Israel” nunca aceitou. Agora era papel dos mediadores fazer com que “Israel” aceite.
É uma realidade. O Hamas pede o mínimo, que todas as tropas se retirem de Gaza, que “Israel” não controle a única fronteira que tem com outro país árabe, a fronteira com o Egito, que libere a entrada de ajuda humanitária e que realize uma troca justa de prisioneiros. O Hamas tem cerca de 100, “Israel” tem mais de 10 mil.
Os EUA ficaram desesperados com o posicionamento do Hamas de não participar mais das conversas, pois faz parte da política de Biden fingir que está lutando pela paz. Ele aprova o envio de 20 bilhões em armas para “Israel”, mas supostamente luta pela paz, pois participa das negociações de cessar-fogo. O Hamas percebeu que era possível não participar mais das conversas, pois após 10 meses de guerra todos já compreendem que é “Israel” o entrave.
Isso obrigou até os grandes jornais norte-americanos a criticarem Netaniahu, como o New York Times. Mas a pressão em cima de Netaniahu não adiantou. Agora fica escancarado que os EUA não estão apoiando cessar-fogo nenhum. Quando chega o momento de fazer alguma pressão real no governo genocida de “Israel” nada é feito.
Isso também é crucial para justificar a esperada retaliação do Hesbolá e do Irã ao Estado de “Israel”. Se as discussões de cessar-fogo são uma farsa total, então o ataque militar dos aliados é muito mais justificável.