O movimento Hamas informou, nesta quinta-feira (29), que recebeu uma nova proposta de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, apresentada por meio de mediadores. O plano foi transmitido pelo enviado especial do ex-presidente norte-americano Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

De acordo com comunicado oficial, o Hamas afirmou que irá analisar o conteúdo da proposta “com responsabilidade nacional”, reforçando que está comprometido com um acordo que atenda aos interesses do povo palestino, proporcione alívio imediato e estabeleça um cessar-fogo permanente.

A proposta atualiza um esboço anterior já aceito pelo Hamas como base de negociação. A versão original previa um cessar-fogo duradouro, a retirada completa das forças de ocupação da Faixa de Gaza, entrada de ajuda humanitária sem restrições e a criação de um comitê profissional para administração civil no território.

Elaborado com a participação do mediador palestino-americano Bishara Bahbah, o novo texto propõe uma trégua de 70 dias — como meio-termo entre os 60 dias sugeridos inicialmente por “Israel” e os 90 dias demandados pelo Hamas — e prevê a libertação escalonada de dez prisioneiros israelenses (cinco vivos e cinco mortos), além de um número ainda não especificado de palestinos presos.

O plano também estabelece o início de negociações formais durante o período de trégua, com o objetivo de alcançar um acordo político duradouro. Entre as condições dessas negociações, estão a exigência de que o Hamas deixe de representar uma ameaça à segurança de “Israel” e a constituição de um governo tecnocrático para reconstrução de Gaza.

Segundo relatos publicados pela imprensa israelense, autoridades sionistas indicaram aceitação da proposta. Witkoff classificou o texto como uma “solução abrangente para a guerra em Gaza” e afirmou que os Estados Unidos estão comprometidos com uma resolução de longo prazo para o conflito. Donald Trump também se manifestou, afirmando que os EUA estão “indo bem em Gaza” e pedindo que todas as partes aceitem o documento.

Em resposta, o Hamas divulgou uma nota em que critica o conteúdo da proposta, afirmando que o plano perpetua a ocupação sionista e mantém os ataques contra a população palestina mesmo durante o período de cessar-fogo. Segundo o movimento, o texto não contempla as principais exigências palestinas, como o fim da guerra e o bloqueio que gera fome em Gaza.

A nota do Hamas foi assinada por Bassem Naim e afirma:

“O Hamas recebeu a resposta sionista à proposta que havia sido aceita com o enviado americano Witkoff na semana passada. A essência da resposta sionista equivale a perpetuar a ocupação e continuar com os assassinatos e a fome (mesmo durante o período de trégua temporária). Ela não atende a nenhuma das exigências do nosso povo — em especial o fim da guerra e da fome.

Ainda assim, a liderança do Movimento está analisando a resposta com toda a responsabilidade nacional, diante do genocídio que o nosso povo está enfrentando.”

O novo plano foi apresentado poucos dias após o Hamas ter anunciado a aceitação do acordo anterior como base para cessar-fogo. A nova versão, segundo observadores internacionais, segue o mesmo modelo de propostas feitas sob o governo Biden, caracterizadas por concessões unilaterais da Resistência Palestina, sem garantias práticas contra futuras agressões ou pela soberania do povo palestino.

“Israel” retomou o genocídio contra o povo palestino em 18 de março após romper unilateralmente o acordo de cessar-fogo anterior. Segundo dados das autoridades de saúde de Gaza, a ocupação sionista já assassinou mais de 54 mil palestinos e deixou mais de 123 mil feridos.

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Last Update: 30/05/2025