O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta terça-feira 4 esperar um alívio no cenário inflacionário devido a dois principais fatores: a inversão da tendência do câmbio, com sucessivas quedas do dólar perante o real, e a expectativa por uma boa safra.
“O dólar estava 6,10 [reais], foi para 5,80. Isso já ajuda muito”, declarou. “Com ação do Banco Central e ação do Ministério da Fazenda, essas variáveis macroeconômicas se acomodam em outro patamar e isso, certamente, vai favorecer.”
“Eu estou muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que tenho tido do pessoal do agro, vai ser uma safra muito forte. Isso também vai ajudar”, prosseguiu o ministro.
A Companhia Nacional de Abastecimento estimou uma safra recorde, com projeção de alta de 8,3% na produção de grãos, algo que já fez crescer as expectativas do governo.
Em conversa com jornalistas, Haddad se pronunciou também sobre a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que indicou nova alta na taxa de juros para março. Segundo o ministro, a decisão da autoridade monetária busca a aproximação dos índices inflacionários da meta definida, de 3% ao ano.
“Temos uma meta [de inflação] contínua, agora. Isso faz com que o BC possa apresentar plano de trabalho consistente para trazer a inflação para a meta com mais racionalidade do que acontecia antes da mudança do regime de metas. A meta contínua permite uma melhor acomodação. Eu penso que o BC vai ter tempo de atualizar o patamar de juro restritivo que ele vai manter, e por quanto tempo, para conseguir esse objetivo.”