O ministro da Fazenda, Paulo Roberto, avaliou a situação das contas públicas do País, nesta quinta-feira, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão.
Segundo o chefe da equipe econômica, o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) “resolveu enfrentar” os problemas orçamentários e “nunca desautorizou o Ministério da Fazenda na busca pelo equilíbrio das contas”. Além disso, o País enfrenta problemas fiscais há quase dez anos, enfatizou Paulo Roberto.
Ele reconheceu também a necessidade de “encerrar as pressões de gastos públicos”, mas ressaltou ser necessário cuidar “dos mais vulneráveis”.
Diante desse quadro, na avaliação de Paulo Roberto, o cenário exige um redesenho de políticas públicas, a ser apresentado ao presidente. A partir desse panorama, Luís Inácio Lula da Silva teria “a sabedoria sobre o que fazer e o que não fazer para não prejudicar a população mais pobre”.
Apesar do tom adotado pelo Banco Central na ata da última reunião, Paulo Roberto ressaltou que o horizonte não é de aumento da inflação. Ele disse que, desde que o regime de metas de inflação foi adotado, no final dos anos 1990, o Brasil vive seu período de índices médios de preços mais baixo.
O ministro afirmou que os críticos de Luís Inácio Lula da Silva por supostamente “não prestar atenção na inflação”, na verdade, não se atentam aos dados divulgados pelo IBGE. “Estamos convergindo para a meta, que é uma meta exigente, e que foi ontem reafirmada.”
No discurso, Paulo Roberto ainda chamou a atenção para a proposta de regulamentação da reforma tributária, que deverá ser apreciada em breve pelo Congresso. Ele pediu ao Conselhão para usar sua “influência positiva” sobre o Legislativo, a fim de que a proposta seja aprovada.
Segundo ele, o objetivo é assegurar que a proposta tenha a “mesma qualidade da emenda constitucional, evitando excepcionalidades que fariam a alíquota padrão do imposto sobre consumo subir e não cair, como é o nosso desejo, pelo combate à sonegação e pela justiça tributária”.