A inflação dos alimentos foi afetada por uma série de fatores que vão dos problemas climáticos em importantes regiões produtoras, como até mesmo o aumento da demanda global por determinados itens agrícolas, como o café, explica o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Em entrevista ao Flow Podcast, ele comentou que o país pode continuar crescendo, mas com um pouco mais de moderação por conta da inflação. “Então, a gente tem que dar uma moderada para a oferta de produtos acompanhar a demanda, que cresceu muito. As famílias, a renda das famílias cresceu, elas estão comprando mais e, se a oferta não acompanha o crescimento da demanda, você tem um ajuste no preço, que é o que está acontecendo em alguns produtos agora”.

Segundo o ministro, essa calibragem é fundamental para você continuar crescendo, mas mantendo a inflação minimamente controlada – e lembra que, para cada produto agrícola, a história que afeta seus preços é diferente.

“Eu acredito que uma série de produtos que estão mais caros, hoje, vão ter seus preços reduzidos com a entrada da safra que vai ser muito expressiva esse ano. Vai ser uma super safra, tudo indica que vai ser uma super safra – ao contrário do que foi ano passado, que não foi tão boa e, do mesmo jeito que no ano retrasado, que foi ótima. A safra de 2023 foi ótima, e nós tivemos uma redução do preço dos alimentos durante 2023”, explica o ministro.

Haddad lembra que a safra do ano passado não foi tão boa, o que afetou os preços de diversos produtos. “Teve seca, teve inundação no Rio Grande do Sul, que afetou produção de arroz; teve seca no centro-oeste, afetou outras culturas. Então, você tem problema com o milho, que ficou caro – a galinha come milho, então o frango ficou caro, o ovo ficou caro. Então, você vai vendo que essas coisas se combinam“.

Outras coisas, porém, exigem um pouco mais de cuidado, como o café – uma vez que a demanda pelo produto está aumentando no mundo, em especial no mercado chinês.

“O Brasil é super produtor de café, mas uma coisa é o chinês tomar chá, outra coisa é quando ele passa a tomar café. Você está falando de 1 bilhão e tralalá de pessoas (…) E aí, quanto tempo vai demorar para a cultura do café no mundo atender a demanda a um preço razoável? Então, essa questão de combinar oferta e demanda é um pouco a arte de você fazer política econômica que aí, calibrando as variáveis para as coisas se acomodarem sem impedir a geração de empregos (…), explica Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, a entrada da safra vai ajudar, a redução do preço do dólar vai ajudar – que o dólar bateu um pico o ano passado, tá começando a reverter. Então, são coisas que eu penso que vai ajudar”.

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Last Update: 08/03/2025