O Brasil está em busca de “um caminho de equilíbrio e sustentabilidade”, mesmo em meio a um processo de ajuste importante, destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad em painel durante conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) para mercados emergentes, realizado na Arábia Saudita.
Segundo o ministro, a alta do dólar no mercado global afetou a inflação no segundo semestre do ano passado, levando o Banco Central brasileiro a intervir como forma de garantir a queda da taxa.
Mesmo assim, ele salientou que o Brasil saiu de uma inflação de dois dígitos, há três anos, para um índice entre 4% e 5%. “O Brasil está relativamente dentro da normalidade do Real, implementado há 26 anos”, afirmou, ressaltando que o país está crescendo em torno de 3% a 4% ao ano, nos últimos dois anos.
“O ajuste fiscal que estamos fazendo não é recessivo, porque estamos garantindo uma taxa de crescimento de 3% a 4%, com uma inflação em declínio, mesmo tendo que aumentar a taxa de juros neste momento para convergir para as metas estabelecidas pelo Banco Central”, explicou.
Ele observou, também, que o dólar já “voltou a níveis adequados”, caindo em torno de 10% nos últimos 60 dias, o que deve fazer com que a inflação se estabilize.
Ao abordar o G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e União Europeia), Haddad defendeu uma reglobalização não direcionada apenas a interesses do mercado, mas capaz de lidar com as desigualdades regionais e distribuir oportunidades econômicas geograficamente.
“Temos que repensar uma reglobalização sustentável, social e ambiental. Algo que ganhou força hoje em dia. Temos que encarar isso com muito, muito cuidado”, frisou.