O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira 5 que a pasta já concluiu o desenho da proposta para compensar a renúncia fiscal decorrente da futura isenção do Imposto de Renda para quem recebe até 5 mil reais por mês. Segundo ele, o plano já recebeu o aval do presidente Lula (PT).

Haddad disse que o governo deseja avançar na compensação com cautela e transparência e que a medida exigirá debate, por não ser “uma coisa simples de ser votada”.

“Terminamos o desenho. Só não vou adiantar porque não tenho autorização do Planalto para isso”, afirmou o ministro. “Agora começa uma tramitação formal e isso vai acabar vindo [à Câmara dos Deputados] nas próximas semanas.”

Haddad acrescentou que o tema tem um impacto econômico relevante e que o Congresso deve ter o tempo necessário para analisá-lo. A ideia é que a medida entre em vigor em 1º de janeiro de 2026.

O ministro concedeu as declarações ao lado do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), e do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Mais cedo, Haddad entregou a Motta uma relação de 25 medidas consideradas prioritárias pela equipe econômica para 2025 e 2026.

Estão na lista a nova faixa de isenção do IR, a limitação dos supersalários, a reforma da previdência dos militares e a regulamentação econômica das big techs.

O projeto se divide em três pilares: estabilidade macroeconômica, melhoria do ambiente de negócios e plano de transformação ecológica.

Motta, por sua vez, disse que a Câmara terá uma “postura colaborativa” com a agenda de Haddad.

“Teremos uma relação de lealdade, não diria à agenda do governo, mas lealdade ao País”, afirmou. “De poder sempre, com muita franqueza, dizer o posicionamento que esta Casa tem sobre determinado tema. Ouviremos sempre o colégio de líderes e dividiremos sempre as nossas responsabilidades.”

O governo espera que a troca de comando na Câmara, com a saída de Arthur Lira (PP-AL) e a chegada de Motta, facilite a aprovação de iniciativas na área econômica. No Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) no lugar de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) planta mais dúvidas do que certezas.

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Last Update: 05/02/2025