O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta quinta-feira (4) um amplo balanço dos resultados econômicos do governo Lula e afirmou que o país deve encerrar o atual mandato com indicadores “históricos” em crescimento, emprego, crédito, inflação e investimentos. As declarações foram feitas durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, mais conhecido como Conselhão.
Haddad iniciou o discurso destacando a importância de considerar críticas e ouvir diferentes setores para “convencer Congresso, Judiciário, empresários e consumidores”. Usando uma metáfora, disse que o Brasil não precisa de “uma serra elétrica” para ajustar seus desequilíbrios, mas sim de “uma chave de fenda” e fez um alerta. “Se tomarem a chave de fenda da gente, vai ficar difícil parafusar com a mão.”
Segundo Haddad, projeções do Banco Central e estimativas do mercado apontam que o governo fechará o mandato em 2026 com crescimento médio de 2,8% ao ano, o melhor desempenho desde os dois mandatos anteriores do próprio Lula.
No mercado de trabalho, o ministro disse que o país deve registrar a menor taxa média de desemprego desde o início da série histórica, chegando a 6,6%. Na margem, a taxa estaria hoje em 5,4%. Ele destacou também a redução da informalidade, que caiu para 37,9%, e da subutilização da força de trabalho, atualmente em 14,7%.
O rendimento médio real atingiu R$ 3.507, o maior valor já registrado, impulsionado pela política de valorização do salário mínimo. Haddad afirmou ter revertido uma tendência de queda iniciada em 2017, embora reconheça que ainda há espaço para avançar até alcançar o patamar recorde de 2011.
Desigualdade
O ministro comemorou ainda o fato de que o país vive a menor desigualdade de renda de sua história, com índice de Gini em queda contínua. Ele destacou ainda que o Brasil reduziu novamente a prevalência de subnutrição e foi retirado pela segunda vez do Mapa da Fome.
A taxa de jovens da chamada “geração nem-nem” caiu para 21,2%, o menor nível da série. Segundo Haddad, houve também forte redução da pobreza (27,4%) e da extrema pobreza (4,4%).
Inflação
Outra constatação do chefe da Fazenda foi o de que o governo Lula terá a menor inflação acumulada em quatro anos “de toda a história do Brasil”, pois alcançou simultaneamente inflação baixa e redução do desemprego, fenômeno que chamou de “o melhor dos dois mundos”.
A inflação de alimentos também é a menor entre todos os mandatos presidenciais, resultado de medidas como o Plano Safra e o Pronaf.
Crédito, microcrédito e programas sociais
O ministro ressaltou que o país vive recorde de concessões de crédito e do microcrédito, com R$ 648 bilhões em liberações mensais e R$ 1,64 bilhão especificamente para pequenos empréstimos até outubro.
Ações como o Desenrola, o programa de renegociação de dívidas, o teto de juros do cartão de crédito e o marco de garantias influenciaram o avanço deste indicador. O crédito para aquisição de veículos está igualmente em recorde histórico, com média de R$ 22 bilhões mensais.
O fortalecimento do Minha Casa Minha Vida também foi destacado: financiamentos com recursos do FGTS chegaram a R$ 8,1 bilhões mensais, com 47 mil unidades habitacionais contratadas por mês.
Responsabilidade fiscal
Haddad voltou a criticar o adiamento no pagamento de precatórios adotado em governo anterior, chamando a manobra de “maquiagem da conta pública”. Segundo ele, o atual governo recuperou padrões internacionais de transparência contábil e deve registrar um déficit fiscal 70% menor do que o do governo Bolsonaro.
Em relação ao ajuste fiscal, o ministro afirmou que o governo conseguiu equilibrar despesas por meio do corte de subsídios tributários, sem congelar salário mínimo, programas sociais ou tabela do Imposto de Renda, “sem penalizar a base da pirâmide”.
Por fim, Haddad afirmou que o Brasil hoje é o segundo maior destino de investimento estrangeiro no mundo e atribuiu o resultado ao ambiente econômico criado pelo presidente Lula.
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