O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou insatisfação com o vazamento da proposta de alteração no Imposto de Renda, que, segundo ele, causou uma interpretação equivocada do mercado. O vazamento, juntamente com o pacote de contenção de gastos, gerou especulações e levou à volatilidade do dólar, que pela primeira vez na história ultrapassou a marca de R$ 6.
A cotação do dólar fechou o dia cotada a R$ 6,001, com alta de 0,20%. Em sua máxima, a moeda estadunidense chegou a R$ 6,115, antes de começar a cair após a entrevista coletiva de Haddad e Rui Costa, ministro da Casa Civil, além de declarações públicas do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Os parlamentares afirmaram que a reforma do Imposto de Renda será discutida somente depois da aprovação do pacote de corte de gastos.
Em entrevista à Record News, Haddad lamentou a falta de uma comunicação clara e a falha em fornecer explicações antecipadas sobre a proposta, o que, segundo ele, causou o erro de interpretação. “Não adianta se queixar do mercado. Quando a informação vaza, é preciso que haja uma autoridade para explicá-la de forma adequada”, afirmou o ministro.
Sobre a proposta de alteração no Imposto de Renda, Haddad reiterou que a reforma fiscal é neutra, ou seja, qualquer isenção para quem ganha até R$ 5 mil será compensada por quem ganha mais de R$ 50 mil. Ele destacou que a ampliação da isenção de IR para R$ 5 mil é um compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas afirmou que a proposta só será efetivamente discutida em 2025.
A mudança no Imposto de Renda tem impacto fiscal estimado em R$ 35 bilhões, porém o ministro explicou que a proposta busca uma distribuição mais justa do peso dos impostos, sem a intenção de aumentar a arrecadação, mas de torná-la mais equitativa.
Haddad também lembrou que o Congresso terá tempo para discutir a reforma, com a agenda legislativa mais tranquila em 2025. O ministro avaliou positivamente a iniciativa do presidente Lula, destacando que outras administrações prometeram mudanças semelhantes, mas nenhuma levou a proposta adiante.
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