A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara começou a analisar o processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que está presa na Itália após ser condenada a dez anos de prisão no Brasil e fugir para aquele país.
Por meio virtual, a deputada e o hacker Walter Delgatti Neto, ambos presos, participaram da sessão desta quarta-feira (11) da CCJ. Os dois trocaram acusações no colegiado.
Ele confirmou aos parlamentares que a deputada ordenou a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também pediu que ele inserisse um mandado de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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“Ela [Zambelli] me disse assim: ‘Se você for pego ou processado, pode falar que quem mandou fui eu. Você pode falar, que eu assumo isso (…) Assim que eu consegui invadir o CNJ, ela pediu que eu fizesse um despacho e uma ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes”, disse o hacker.
Delgatti afirmou ter recebido apoio financeiro da deputada e a promessa de um emprego. Ele alegou ter se arrependido do ato quando a promessa não foi cumprida.
“O senhor me fez corresponsável. Eu respondo por 16 mandados: um mandado de prisão do Alexandre de Moraes e por mais 15 mandados de soltura de criminosos do PCC, do Comando Vermelho, de traficantes de drogas, de assassinos e de estupradores. É por isso que fui condenada a dez anos de prisão”, responde Zambelli.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) criticou o processo e apontou uma “tentativa de abuso de prerrogativa de Carla Zambelli para buscar a impunidade”.
Melchionna observou que a CCJ não está julgando o processo criminal novamente, mas sim a cassação do mandato a partir da condenação já transitada em julgado.
Ela expressou desconforto com o método da reunião, descrevendo-o como uma “lavação de roupa suja” e uma “narrativa para justificar a não cassação”.
Com informações da Agência Câmara