O guru do trumpismo e da extrema-direita nos Estados Unidos, Steve Bannon fez uma saudação nazista durante seu discurso na Conferência de Ação Política Conservadora, nesta quinta-feira 20. O congresso, realizado em Washington, nos Estados Unidos, conta com a presença de aliados de Jair Bolsonaro (PL), incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.
O gesto – braço direito esticado para cima a 45º e com a palma da mão para baixo – é levemente diferente daquele feito pelo bilionário Elon Musk, outro aliado do presidente Trump que usou a simbologia nazista durante a posse do norte-americano. No caso de Musk, antes da saudação, a mão é levada em direção ao coração.
Bannon, ao repetir as ações que foram popularizadas por Adolf Hitler na Alemanha nazista, disse que a extrema-direita não pode recuar nunca.
“A única maneira deles vencerem é se nós recuarmos, e não vamos recuar, não vamos nos render, não vamos desistir. Lute, lute, lute!”, disse Bannon, erguendo o braço direito com a palma da mão para baixo, gesto alusivo ao usado por nazistas na Alemanha hitlerista.
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Repúdio entre os próprios pares
Em reação à saudação nazista feita por Bannon, o líder da extrema-direita da França, Jordan Bardella, cancelou o discurso que faria na CPAC. O grupo de campanha Republicanos Contra Trump também repudiou o gesto, enquanto o ativista conservador Nick Fuentes, antissemita declarado, afirmou que o gesto – chamado por ele de “saudação romana” – foi “um pouco excessivo”.
O termo “saudação romana” é comumente usado pela extrema-direita para dissociar o gesto de seu contexto nazista. É, no entanto, um erro de denominação, já que não há evidência histórica de seu uso na Roma antiga. A associação “romana”, na verdade, é resultado de seu uso pelo governo fascista de Benito Mussolini (1883-1945), na Itália a partir de 1925. A saudação feita pelo italiano se popularizou, pouco depois, com Hitler.
Bolsonarismo
Ao discursar no evento, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse ser infundadas as acusações imputadas pela Procuradoria-Geral da República contra seu pai no inquérito do golpe.
Para o parlamentar, Bolsonaro “está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua” e disse que o sistema judicial brasileiro “se tornou um instrumento de perseguição em todos os níveis”.
“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de janeiro. Estamos pedindo anistia no Congresso e esperamos receber muito apoio de vocês fora do Brasil, porque vocês sabem o que isso significa”, emendou.