Revogar o IOF é um ataque direto ao equilíbrio fiscal e à justiça tributária
O líder do Governo na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu, nesta quarta-feira (25/6), de maneira contundente o decreto presidencial que ajusta o Imposto sobre Operações Financeiras e criticou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da oposição que tenta suspender o IOF. Segundo o parlamentar, a proposta de revogação representa um ataque direto ao equilíbrio fiscal e à justiça tributária, em benefício dos setores mais ricos da sociedade.
Ajuste poupa os mais pobres
Guimarães resgatou os compromissos assumidos pelo Congresso ao aprovar o novo arcabouço fiscal e lembrou que o atual governo tem atuado dentro dessas regras, ao contrário do desgoverno anterior. “O Governo Bolsonaro furou o teto quatro vezes, em mais de R$ 750 bilhões. E nunca vimos uma manifestação da Faria Lima, da Avenida Paulista”, afirmou. Para ele, há um duplo padrão em curso: “É estelionato eleitoral quando o Congresso tenta destruir o programa vitorioso das urnas”.
O deputado também reforçou que o IOF não tem como alvo a população de baixa renda. “Você que é beneficiário do Minha Casa, Minha Vida, do Bolsa Família: esse imposto não é para você. É para cobrar dos sonegadores, do sistema financeiro, das apostas ilegais”, declarou. “Por que só pode recair sobre os mais vulneráveis?”
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Oposição protege sonegadores
Criticando a postura de partidos de oposição que, segundo Guimarães, “apenas apostam no quanto pior, melhor”, o líder governista pediu para que os partidos de centro atuem com responsabilidade. “Não é derrota do Governo Lula, é derrota do povo brasileiro. Se esse decreto cair, vai haver contingenciamento. E adivinha de onde vai sair o corte?”, questionou.
O líder do governo ainda denunciou a contradição de parlamentares que se recusam a discutir cortes de gastos reais ou rever privilégios. “Estamos pedindo apenas equilíbrio”, pontuou. “Claro que nós podemos discutir mais cortes de gastos, o Brasil quer isso, mas vamos discutir a natureza do corte de gastos – e com responsabilidade”.
Ao encerrar, José Guimarães reforçou o apelo ao diálogo. “Vamos nos sentar e discutir. A responsabilidade fiscal é nossa também. É uma derrota do Brasil se esse decreto for derrubado”.
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Elisa Alexandre