Centenas de pessoas participaram, neste domingo (27), em Icaraí, Niterói (RJ), da aula pública ministrada pelo economista e professor Elias Jabbour sobre o recente tarifaço imposto pelos EUA e suas consequências diretas e indiretas para o Brasil.
A atividade integra uma iniciativa do economista para promover encontros presenciais com a população e estimular o debate público sobre temas estratégicos da conjuntura nacional e internacional, como o reposicionamento do Brasil no tabuleiro geopolítico global, a disputa entre blocos econômicos e os novos métodos de dominação utilizados pelas potências ocidentais.
O ciclo de debates também já ocorreu em Laranjeiras e Grajaú, no Rio de Janeiro. Em Icaraí, a atividade contou com a presença do vereador Leonardo Giordano, do PCdoB.
Em sua fala, Jabbour destacou que o Brasil já se encontra em um processo de guerra híbrida, que tende a se intensificar nos próximos meses. Segundo ele, trata-se de um tipo de conflito moderno, que combina múltiplas frentes de ataque, como desinformação em larga escala, sanções econômicas, sabotagens de infraestrutura, lawfare e pressões diplomáticas articuladas.
Leia também: Lula critica apoio ao tarifaço: “Estão agarrados nas botas do Trump”
“O Brasil está no centro de um novo tipo de guerra, que não se trava com armas convencionais, mas com narrativas, tarifas, fake news e ataques à soberania econômica. Já estamos vivendo isso, e o processo vai se aprofundar até as eleições do ano que vem”, afirmou o economista.
Ele alertou que, com a crescente polarização política e o avanço de interesses externos sobre recursos estratégicos brasileiros, a sociedade precisa estar atenta e politicamente engajada. Para Jabbour, a única forma de resistir a essas investidas é com organização popular e informação crítica.
“O povo precisa entender o que está ocorrendo. Não estamos falando de teoria da conspiração, mas de uma estratégia real, aplicada em diversos países. A guerra híbrida mira governos, instituições e consciências. Ou reagimos, ou seremos capturados”, completou.
A aula teve participação ativa do público, que interagiu com perguntas e contribuições ao longo da exposição. Ao final, Jabbour reforçou a importância da mobilização popular e adiantou que novas edições da aula pública estão previstas para outras cidades do estado nos próximos meses.