Guerra e tarifas colocam economia à beira de uma recessão

A recente crise no Oriente Médio e a retomada das práticas protecionistas à política comercial dos Estados Unidos compõem um cenário próximo à irresponsabilidade estratégica.

A afirmação é de Stephen S. Roach, ex-economista-chefe do Morgan Stanley e professor sênior da Universidade Yale, em artigo publicado no Project Syndicate nesta terça-feira (24).

“O mundo está estagnado. E choques como esses, aplicados a uma economia fragilizada, não são absorvidos. Eles derrubam”, resume Roach, em referência aos ataques de Estados Unidos e Israel ao Irã, e a política tarifária imposta por Donald Trump.

Os prognósticos para a economia global em 2025 foram revisados para baixo por diversas instituições: 2,8% segundo o FMI, 2,3% segundo o Banco Mundial. Tecnicamente, esse crescimento é considerado próximo da “velocidade de estol”, conceito usado por Roach para indicar o ponto em que a economia perde sustentação e entra em queda livre.

Para além da conjuntura, o alerta de Roach expõe um ponto fundamental: a atual vulnerabilidade da economia mundial não é apenas resultado de choques inesperados — é, em grande medida, consequência de um modelo de globalização financeirizada, assimétrica e agora, politicamente sabotada.

Diante desse quadro, Roach propõe entender como as crises interagem com estruturas econômicas à beira da exaustão – e expostas à fragilidade por conta da desigualdade crescente e por políticas mal calibradas.

Na visão do economista, a crise que se desenha à frente pode ser mais profunda do que a maioria dos analistas deseja admitir, e o quadro em questão não é apenas fruto de má sorte. “Essa recessão não será um acidente. Ela será construída, tijolo por tijolo, por decisões políticas mal pensadas e por uma perigosa negligência diante dos sinais que já estão à vista de todos.”

Material parcialmente elaborado com a ajuda de inteligência artificial

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