Luís Guedes, ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro (PL), não teve sua foto incluída na galeria oficial de ex-ministros do Ministério da Fazenda. Os retratos estão expostos na sala do Conselho Monetário Nacional (CMN), localizada no 6º andar do prédio da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios.
A última foto da galeria é de Eduardo Guardia, que chefiou a pasta entre abril de 2018 e o final do governo Temer. Guardia, que faleceu em abril de 2022, havia assumido o cargo após Henrique Meirelles deixar o ministério para disputar a presidência.
Entre 2019 e 2022, Guedes liderou um superministério que uniu as pastas da Fazenda, Planejamento e Orçamento, Indústria, Trabalho e Previdência. Posteriormente, o Ministério incorporou a secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), voltada a concessões de infraestrutura.
Em 2021, Bolsonaro recriou o Ministério do Trabalho e Previdência, desmembrando parcialmente a pasta de Guedes. No governo Lula, a estrutura foi ainda mais fragmentada, com a recriação dos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria, além da criação do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, liderado por Esther Dweck.
A sala do CMN, onde os ministros da Fazenda conduzem reuniões ampliadas e onde decisões marcantes da política econômica foram tomadas, não permite acesso de visitantes. Apesar disso, a ausência da foto de Guedes chamou atenção.
O Ministério da Fazenda, no entanto, não explicou o motivo dessa omissão. Um ex-auxiliar de Guedes, em declaração à Folha de S.Paulo sob anonimato, classificou a situação como “grosseria e indelicadeza” e ironizou que, considerando o desmembramento da pasta, seria necessário expor fotos de Guedes em todos os ministérios que sucederam o antigo Ministério da Economia.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chefe de Guedes, tem sua foto exibida na galeria de ex-presidentes da República, no piso térreo do Palácio do Planalto. Os retratos, que haviam sido destruídos nos ataques de 8 de janeiro, foram reinstalados quase dois anos depois.
Na ocasião, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, Janja, comentou que alguns ex-presidentes não deveriam ter suas imagens na galeria, em uma alfinetada direta a Bolsonaro.