No último 19 de abril, data em que se comemora o Dia do Índio, a ministra Sônia Guajajara reapareceu no noticiário com mais uma encenação típica da política identitária que tomou conta de setores do governo Lula. Aproveitando a aproximação da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), marcada para 2025, a índia das Organizações Não Governamentais (ONGs) lançou uma caravana de 12 etapas para difundir as propostas da conferência e credenciar 500 índios como representantes.
Toda essa movimentação nada tem a ver com os reais interesses dos índios. Ao contrário, representa a consolidação de uma política que isola, marginaliza e condena essas populações ao atraso e à miséria. A ministra atua como uma verdadeira agente das ONGs financiadas por grandes bancos e corporações internacionais — os verdadeiros inimigos dos índios brasileiros — cujo objetivo é impedir o desenvolvimento soberano do Brasil, mantendo áreas ricas em recursos naturais fora do alcance da exploração nacional. A COP-30 nada mais é que um palco para a chantagem moral do imperialismo contra os países atrasados, sempre pressionando-os a preservar seus recursos em nome de um “futuro verde” que, na prática, só serve aos interesses dos países imperialistas.
O fetiche da preservação ambiental é usado como um instrumento de dominação. O discurso apocalíptico sobre a destruição do planeta — amplamente difundido por essas conferências — visa, na verdade, impedir que países como o Brasil desenvolvam plenamente sua economia. A política de não exploração dos recursos naturais é uma farsa. Enquanto os países imperialistas continuam explorando petróleo, minério e terras agrícolas sem qualquer limite, exigem que o Brasil transforme boa parte do seu território em “reserva” — ou seja, um grande matagal intocado sob controle direto ou indireto de ONGs estrangeiras. Trata-se de uma verdadeira política de sabotagem ao desenvolvimento nacional.
Prometidas como “solução” para a preservação da cultura e da vida dos índios, as reservas se tornaram, na prática, prisões a céu aberto. A maior parte das terras não possui acesso a saneamento básico, saúde, educação ou meios de produção. As populações que vivem nesses territórios enfrentam uma situação de calamidade. O caso dos Yanomamis, que ocupou o noticiário recente, revelou uma tragédia humanitária provocada não pelo “garimpo ilegal”, como tenta vender a imprensa burguesa, mas pelo abandono institucional promovido por essa política de isolamento. A fome, a desnutrição, doenças facilmente tratáveis e a ausência de qualquer estrutura demonstram que se trata de uma farsa completa.
Outro exemplo gritante é o dos Guarani-Caiouá, no Mato Grosso do Sul, onde diversas lideranças foram assassinadas nos últimos anos em disputas por terra. Além dos conflitos agrários, essas comunidades sofrem com a falta de acesso à água potável e vivem em condições de extrema vulnerabilidade. Nada disso é abordado por Sônia Guajajara e pelos defensores do ambientalismo imperialista. Para eles, o que importa é manter a imagem do “índio intocado” — desde que longe da sociedade, longe do progresso e sem qualquer direito a se integrar ao processo de desenvolvimento do país.
É preciso romper com essa política de fetiche do atraso. Os índios têm o direito de se desenvolver, de viver com dignidade e de usufruir das riquezas de suas terras. Transformar essas regiões em reservas intocáveis é condenar milhares de brasileiros à miséria. Trata-se de uma política racista que atua para isolar populações inteiras do direito ao progresso. Enquanto isso, países como a Guiana — que começou a explorar petróleo na margem equatorial — já despontam com o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita da América do Sul. Mas, no Brasil, projetos como Belo Monte ou a exploração da mesma bacia petrolífera são sabotados pelas mesmas figuras que se dizem preocupadas com os índios.
Essa sabotagem está no coração do governo. O presidente Lula precisa urgentemente se livrar dos ministros neoliberais e identitários que travam o crescimento do país. Fernando Haddad, Simone Tebet, Geraldo Alckmin, Sônia Guajajara, Marina Silva e Anielle Franco representam um setor político alinhado com o imperialismo — seja pela via da política econômica de austeridade, seja pela via das questões ambientais e identitárias. São esses setores que giram a “roda da história” para trás, bloqueiam a exploração de recursos fundamentais para o desenvolvimento nacional e impõem a miséria ao país.
A verdadeira solução ambiental não está em preservar as riquezas do país, mas em integrá-las ao projeto de desenvolvimento nacional. As comunidades soa índios não podem ser tratadas como peças de museu ou animais na floresta. Elas têm direito ao desenvolvimento, ao emprego, à infraestrutura e à modernização. Isolar esses povos é condená-los à morte lenta. Defender as reservas como estão é manter uma política genocida.
A tarefa da esquerda consequente é denunciar essa farsa. É preciso rejeitar a política ambiental do imperialismo e suas representações locais, como Guajajara.