Greve petroleira chega ao terceiro dia com trancaço e assembleia em frente ao EDIRN

Na manhã desta quarta-feira (17), em Natal, o esvaziamento das dependências do edifício-sede da Petrobrás no Rio Grande do Norte (EDIRN) contrastou com a intensa movimentação do lado de fora. Reunidos no acampamento montado pelo SINDIPETRO-RN, trabalhadores da base administrativa, de plataformas, da Termoaçu (UTE Vale do Açu) e aposentados realizaram um trancaço e uma assembleia, marcando o terceiro dia da greve nacional petroleira, que cobra avanços na Campanha Reivindicatória 2025 do Sistema Petrobrás.

A mobilização evidenciou a unidade e a disposição de luta da categoria, expressas nas falas e intervenções durante a assembleia. O coordenador-geral do SINDIPETRO-RN, Marcos Brasil, destacou que o movimento é fundamental para pressionar a gestão da Petrobrás a avançar nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2025/2026), atendendo aos eixos deliberados pela categoria, como o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) e a justa distribuição da riqueza gerada pelos trabalhadores.

A paralisação integra a Campanha Reivindicatória 2025, construída em assembleias realizadas em todo o país, e tem como eixos centrais:

  • a solução definitiva para os PEDs da Petros;
  • a distribuição justa da riqueza produzida pelos trabalhadores, com valorização salarial e respeito aos direitos;
  • e a defesa de uma Petrobrás forte, pública e estratégica para o desenvolvimento nacional.

Também presente na mobilização, o petroleiro aposentado Divanilton Pereira, vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM), resgatou a história de luta da categoria e reforçou o papel da greve como instrumento legítimo e decisivo para a conquista de direitos.

Já Moacir Soares, dirigente da CTB e trabalhador da ECT, manifestou solidariedade ao movimento e ressaltou a importância da unidade entre as categorias, lembrando que os trabalhadores dos Correios também enfrentam negociações esgotadas e realizam assembleias que podem levar à deflagração de uma greve por tempo indeterminado.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, que lideram a greve nacional pela retomada de direitos e pelo fortalecimento do Sistema Petrobrás, também expressaram solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, reafirmando a necessidade de unidade da classe trabalhadora diante dos ataques e do desrespeito às negociações coletivas.

Greve se amplia em todo o país

Nas bases da FUP, a categoria aderiu à greve em nove refinarias, 28 plataformas, 13 unidades da Transpetro, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, além dos campos terrestres da Bahia, da Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), da Estação de Compressão de Paulínia (TBG) e da sede da Petrobrás em Natal (EDIRN).

A categoria segue mobilizada e em greve por tempo indeterminado, cobrando respeito às deliberações das assembleias e avanços concretos na mesa de negociação, ao mesmo tempo em que reforça a defesa dos direitos, do emprego e de uma Petrobrás pública, forte e a serviço do desenvolvimento nacional.

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