Sede da Boeing – Foto: Reprodução

Por Carvalho, em Sociedade Militar

Mais de 3.200 funcionários da Boeing estão de greve afetando a indústria de defesa dos EUA e ameaçando contratos bilionários. A paralisação que começou na madrugada de 4 de agosto de 2025, atinge a produção de caças como o F-15EX Eagle II, o F/A-18 Super Hornet, o treinador T-7A Red Hawk e o drone MQ-25 Stingray.

Paralisação nas fábricas de armas dos EUA

A greve envolve trabalhadores altamente qualificados das unidades da Boeing em St. Louis e St. Charles, no Missouri, e em Mascoutah, Illinois. Essas instalações são o coração da produção de aviação militar da empresa, fabricando equipamentos essenciais para as forças armadas dos EUA e aliados. A interrupção afeta diretamente programas estratégicos, como o caça F-15EX Eagle II, projetado para superioridade aérea, e o F/A-18 Super Hornet, amplamente usado por marinhas globais. O treinador T-7A Red Hawk, previsto para modernizar o treinamento da Força Aérea dos EUA em 2026, e o drone de reabastecimento MQ-25 Stingray também estão na corda bamba.

Greve na Boeing ameaça contratos bilionários e agrava pressão sobre produção de caças militares

O estopim da crise foi a rejeição de uma proposta de contrato da Boeing pelo sindicato IAM Distrito 837, que representa os trabalhadores. A empresa ofereceu aumentos salariais médios de 40% em quatro anos, bônus de ratificação, mais férias e licenças médicas, além de abandonar uma ideia polêmica de mudar as regras de horas extras. Mas, para os funcionários, isso não basta. “Nossos membros constroem os aviões que protegem os EUA e nossos aliados. Eles merecem um contrato que reconheça esse valor”, disparou Sam Cicinelli, vice-presidente do IAM no Centro-Oeste, em entrevista à Reuters.

A demanda por aeronaves militares está nas alturas, com conflitos no Leste Europeu e tensões no Indo-Pacífico. Países como Alemanha, Catar, Arábia Saudita e Israel, que dependem dos caças F-15 e F/A-18, podem enfrentar atrasos em contratos bilionários. O T-7A Red Hawk, essencial para treinar a próxima geração de pilotos da Força Aérea dos EUA, também corre risco de descumprir prazos. Segundo a Defense News, analistas estimam que cada dia de paralisação pode custar milhões à Boeing e atrasar entregas críticas.

T-7A Red Hawk – Foto: Reprodução

Greve histórica atinge divisão de defesa da Boeing e ameaça credibilidade internacional da empresa

Em 2024, uma greve de sete semanas em fábricas de aviação comercial nos estados de Washington, Oregon e Califórnia parou a produção de jatos como o 737 MAX, 787 Dreamliner e 777X. O prejuízo? Cerca de US$ 100 milhões por dia, segundo estimativas da Bloomberg. Agora, a paralisação em St. Louis é a primeira em décadas a atingir diretamente a divisão de defesa da empresa, aumentando a pressão sobre sua reputação, já abalada por problemas de segurança e confiabilidade.

Dan Gillian, vice-presidente da divisão de Air Dominance, afirmou à Reuters que a empresa ativou planos de contingência para minimizar os impactos. “Nossa proposta era um grande passo adiante, valorizando o trabalho desses profissionais”, disse ele. A companhia segue aberta ao diálogo, mas a rejeição do contrato mostra que a confiança entre trabalhadores e a gigante da aviação está abalada. Enquanto isso, analistas da Aviation Week alertam que atrasos prolongados podem afetar a credibilidade da Boeing com clientes internacionais.

Tensão na indústria de defesa dos EUA e ameaça cronogramas militares estratégicos

A paralisação expõe desafios profundos na indústria de defesa dos EUA. Além de atrasar entregas, a greve reacende debates sobre condições de trabalho em setores estratégicos. “Esses trabalhadores são a espinha dorsal da segurança nacional. Ignorar suas demandas é arriscado”, afirmou John Holden, analista de aviação militar, em entrevista à CNN.

A greve pode atrasar programas cruciais para as forças armadas dos EUA e aliados, além de causar prejuízos financeiros à Boeing. A empresa enfrenta desafios para reconquistar confiança após falhas em seus produtos comerciais e militares e está em busca de um acordo com os trabalhadores.

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Last Update: 06/08/2025