Protestos na Grécia. Foto: Divulgação

A Grécia viveu uma sexta-feira (28) de paralisação total, devido a uma greve geral em protesto pelo segundo aniversário do pior desastre ferroviário da história do país. A mobilização interrompeu voos, suspendeu trens e balsas, e afetou serviços essenciais, como saúde e educação.

As manifestações intensificam a pressão popular sobre o primeiro-ministro Kyriákos Mitsotákis, líder do partido de centro-direita Nova Democracia. Diante da insatisfação generalizada, setores da oposição e movimentos sociais exigem sua renúncia, enquanto o governo tenta conter a crise.

Pesquisas recentes indicam que 81% da população acredita que o governo falhou na investigação sobre a colisão de trens, que deixou 57 mortos.

A greve de 24 horas foi convocada pelos dois principais sindicatos gregos e contou com a adesão de trabalhadores do setor público e privado. Em Atenas, a polícia estimou a presença de pelo menos 325 mil manifestantes, configurando um dos maiores protestos da capital nos últimos anos.

Diversas cidades registraram atos semelhantes, com milhares de pessoas ocupando as ruas para exigir justiça pelas vítimas do acidente ocorrido em 28 de fevereiro de 2023. Famílias, estudantes e trabalhadores marcharam pedindo punição aos responsáveis e melhorias na segurança ferroviária.

Protesto na Grécia. Foto: Divulgação

O setor aéreo foi um dos mais afetados, com todos os voos comerciais suspensos nos aeroportos gregos. No transporte marítimo, balsas e ferries deixaram de operar, isolando as ilhas gregas do continente. O metrô de Atenas manteve operação reduzida para permitir a chegada de manifestantes ao centro da cidade.

Escolas, hospitais e tribunais também foram impactados. Professores, profissionais da saúde, advogados e até mesmo trabalhadores de ambulâncias aderiram à paralisação. Artistas populares cancelaram apresentações em solidariedade ao movimento.

O estopim para a insatisfação popular é a falta de responsabilização política pela tragédia ferroviária. Na noite do acidente, um trem de passageiros colidiu frontalmente com um trem de carga em Tempe, no centro do país. O governo inicialmente atribuiu a culpa a um chefe de estação, mas admitiu falhas estruturais no sistema ferroviário grego.

Relatórios independentes divulgados recentemente revelaram que a demora na instalação de sistemas eletrônicos de segurança contribuiu para a colisão. Além disso, a remoção rápida dos destroços e a pavimentação do local do acidente levantaram suspeitas de que evidências cruciais foram deliberadamente encobertas.

A revolta popular vai além das fronteiras gregas. Comunidades de expatriados na Austrália, Canadá e outros países organizaram manifestações em solidariedade às famílias das vítimas.

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Last Update: 28/02/2025