A FINDECT e Sindicatos filiados reforçam o chamado aos trabalhadores para lutar contra a negligência e enrolação dos Correios, que após 14 reuniões não trouxe proposta concreta. Greve histórica está encaminhada para as assembleias do próximo dia 7 de agosto.
Na 14ª reunião de negociação realizada nesta quinta-feira, 1º de agosto, a ausência do presidente dos Correios, Fabiano Silva, foi um sinal claro de desprezo pelas reivindicações dos trabalhadores. Nem mesmo após 14 reuniões, a direção dos Correios foi capaz de trazer uma proposta que atendesse aos anseios dos trabalhadores. Representantes da FINDECT enfrentaram mais um dia de frustração e descontentamento.
Ausência de propostas concretas e descumprimento de acordos anteriores
A ECT, representada por seus dirigentes, finalizou as negociações conforme o calendário, deixando de debater 35 cláusulas econômicas e de benefícios na pauta das negociações, demonstrando uma total falta de comprometimento com as demandas legítimas dos trabalhadores.
José Aparecido Gandara, presidente do SINDECTEB e da FINDECT, criticou severamente a falta de propostas concretas da empresa: “A ECT está brincando com a paciência dos trabalhadores. Não podemos aceitar promessas vazias enquanto nossas demandas urgentes são ignoradas.”
Descaso com os Aposentados e falta de melhoria nas condições de trabalho
Outro ponto negligenciado na mesa de negociação foi a questão do retorno dos aposentados ao plano de saúde nos mesmos moldes dos trabalhadores da ativa. Essa é uma reivindicação crucial para a categoria, que se sente abandonada pela gestão atual. Além disso, a empresa não debateu temas essenciais como o retorno dos 70% das férias, o Vale-cultura, ticket peru e o adicional de 60% no adicional noturno, além da melhoria das condições de trabalho com a realização de concurso público, entre outros pontos.
Marcos Sant’aguida, presidente do SINTECT-RJ, criticou a postura do presidente dos Correios: “A ausência do presidente na mesa de negociação e a falta de poder dos representantes presentes demonstram um total desrespeito à categoria. Não basta mais nada, a não ser encaminhar a greve no dia 7 nas assembleias e lutar por um acordo coletivo digno que seja cumprido em sua integralidade.”
Apresentação Postal Saúde: falta de respostas e inconsistências
Durante a apresentação da Postal Saúde, foram destacadas iniciativas como Clínicas Digitais, Atenção Primária, Secundária e Terciária, Ambulatórios, Atenção Domiciliar, Saúde Integrativa, Telessaúde e Atendimento Pré-hospitalar. No entanto, a assessora da FINDECT, Daniela Vasconcelos, criticou na reunião anterior a falta de poder decisório do Grupo de Trabalho “paritário” e a ausência de respostas aos inúmeros ofícios encaminhados sobre questões de custeio e alteração estatutária.
Wilson Araújo, presidente do SINTECT-MA, também se manifestou: “É inaceitável que a Postal Saúde não tenha respostas concretas para as nossas demandas. Estamos sendo prejudicados pela falta de transparência e compromisso da empresa.”
Números questionáveis e demandas não atendidas
Os números apresentados pela Postal Saúde também foram questionados. A ECT alegou que há 205 mil beneficiários ativos com um custo de R$ 170 milhões por mês, mas em 2018 havia 400 mil beneficiários com o mesmo custo. A FINDECT requereu auditoria nas contas assistenciais e administrativas, além de investimentos em exames periódicos e políticas de retenção de vidas. No entanto, a ECT ainda não apresentou sua proposta para a cláusula 60, que trata do plano de saúde.
Maxy Morais, do SINTECT-TO, criticou a falta de transparência com os recursos pagos pelos trabalhadores: “Os números não batem, e a falta de clareza só aumenta nossa desconfiança. Precisamos de uma auditoria urgente nas contas da Postal Saúde.”
Silvana Azeredo, diretora da FINDECT, cobrou uma proposta de redução do custeio: “Os trabalhadores estão sendo onerados, e sem uma redução significativa no custeio do plano de saúde, não teremos outra alternativa a não ser cruzar os braços e lutar por nossos direitos.”
As reuniões de negociação do ACT foram marcadas pela falta de progresso e pela repetição das falhas da gestão atual, como na negociação do acordo coletivo anterior. A categoria não pode aceitar um “cheque sem fundos” de uma administração que não cumpre seus acordos. A FINDECT continuará a lutar pelos direitos dos trabalhadores e a exigir respostas e ações concretas da empresa.
Elias Diviza, presidente do SINTECT-SP, foi enfático: “Mesmo que uma proposta seja apresentada e assinada pelo presidente, ela não terá credibilidade e confiança. A categoria não acreditará que será cumprida, como aconteceu no acordo coletivo anterior. Será preciso toda a diretoria dos Correios assinando para que a categoria possa acreditar. Se não apresentarem uma proposta concreta até a assembleia da categoria no dia 7, é greve geral.”
A união e a mobilização são nossas principais armas para vencer essa batalha. É essencial que todos os trabalhadores lotem as assembleias e demonstrem sua insatisfação com a gestão atual. A greve está marcada para o dia 7 de agosto, e juntos podemos lutar por melhores condições de trabalho e pela valorização de nossos direitos.
Informações: Findect.