O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai criar um posto de acolhimento humanitário para receber os deportados dos Estados Unidos. A unidade, que será construída em Confins (MG), vai garantir aos brasileiros respeito aos direitos humanos e ajuda para que eles se restabeleçam no país.
“Fomos autorizados a iniciar as tratativas para estabelecer em Confins (MG) um posto de acolhimento humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos”, anunciou a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, após reunião com o presidente Lula para debater a situação dos deportados.
Ela diz que a expectativa é trabalhar para que famílias não venham separadas, e que esses passageiros tenham boas condições.
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“Outra preocupação é que essas pessoas chegam com necessidade de inclusão no mundo do trabalho, e já recebemos sinalizações de algumas empresas que têm interesse em dialogar conosco para poder também pensar em mecanismos de inclusão produtiva no mundo do trabalho para essas pessoas”, disse a ministra.
De acordo com ela, será importante contar também com o apoio dos governos estaduais e municipais.
“Então nós queremos estabelecer esse diálogo (…) São cidadãos nossos que estão voltando para casa e eu acho que a gente precisa acolher da melhor forma possível”, defende Macaé.
No último sábado (25), a ministra se encontrou com um grupo de deportados dos EUA que desembarcaram do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em Belo Horizonte. Eles chegaram ao país na sexta-feira (24) num avião vindo dos EUA que posou em Manaus com problemas técnicos.
Os passageiros chegaram algemados na capital amazonense e a Polícia Federal (PF) determinou que os instrumentos fossem retirados. Na ocasião, Lula ordenou que um avião da FAB transportasse os brasileiros até Belo Horizonte.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou ao presidente o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros
Ele disse que a deportação precisa ser feita com respeito e dignidade. “Nós não queremos provocação, nós não queremos afrontar quem quer que seja, mas nós queremos que os brasileiros inocentes, que foram lá buscar trabalho que eventualmente aqui não tiveram, e hoje nós temos esse fenômeno mundial das migrações forçadas em todo o mundo, nós queremos que eles sejam tratados com a dignidade que merecem”, diz.