
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a ampliação das medidas de restrição de concessão de vistos ligada a Cuba e, por tabela, atingiu mais dois brasileiros.
A nova sanção atinge duas autoridades do país: Mozart Julio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30, nesta quarta-feira (13). Segundo Rubio, eles colaboraram com o regime cubano em um “programa exploratório de exportação de mão de obra”.
“Os Estados Unidos estão expandindo sua política de restrição de vistos para Cuba. A @StateDept tomou medidas para restringir a emissão de vistos a funcionários governamentais cubanos e cúmplices de terceiros países, bem como a indivíduos responsáveis pelo programa exploratório de exportação de mão de obra cubana. Promoveremos a responsabilização do regime cubano pela opressão de seu povo e daqueles que lucram com o trabalho forçado.”, afirmou em publicação no X.
De acordo com o governo norte-americano, Mozart Sales e Alberto Kleiman teriam usado a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária para implementar o Mais Médicos em parceria com Cuba, sem seguir requisitos constitucionais brasileiros e driblando sanções dos EUA a Havana. O documento divulgado pelo Departamento de Estado afirma que eles teriam, conscientemente, repassado ao regime cubano valores que seriam devidos aos médicos.
The United States is expanding its Cuba-related visa restriction policy. @StateDept has taken steps to restrict visa issuance to Cuban and complicit third-country government officials and individuals responsible for Cuba’s exploitative labor export program. We will promote…
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) February 25, 2025
O anúncio de Rubio também abrange autoridades de governos africanos, cubanos e granadinos, além de indivíduos de outros países. Ele declarou que a ação busca responsabilizar o regime cubano e todos que lucram com o trabalho forçado, afirmando que países cúmplices dessa prática “devem pensar duas vezes” antes de manter acordos semelhantes.
.@StateDept is taking steps to impose visa restrictions on several African, Cuban, and Grenadian government officials complicit in the Cuban regime’s coerced forced labor export scheme. We are committed to ending this practice. Countries who are complicit in this exploitative… https://t.co/O1AiY93AXc
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) August 13, 2025
A medida foi anunciada em meio a um cenário de tensão crescente entre Brasil e Estados Unidos. Nos últimos meses, Washington impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e fez críticas a decisões do STF relacionadas ao combate à desinformação.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, para ampliar o atendimento em regiões carentes e de difícil acesso. Parte dos profissionais vinha de Cuba, por meio de acordo intermediado pela Opas.