A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 ficou mantida em 2,3%. Para 2026, a projeção para o ano é de PIB com crescimento de 2,5%. Os dados fazem parte do Boletim Macrofiscal, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), nesta quarta-feira (19).
Os valores contrastam com os anunciados pelo mercado financeiro, mas isto não chega a surpreender, uma vez que ao longo dos últimos dois anos os analistas de mercado erraram feio nas projeções e tiveram que reajustar as previsões a cada semana.
No Boletim Focus, documento organizado pelo Banco Central que reúne as projeções do mercado financeiro, a estimativa atual para o PIB neste e no próximo ano estão em 1,99% e 1,60%. A diferença do mercado para o que é esperado pelo governo, portanto, é usual. A situação revela muito mais a vontade do mercado por um cenário não tão favorável a Lula na eleição que se avizinha no próximo ano, do que uma avaliação fundamentada na realidade.
Leia mais: Dois primeiros anos do governo Lula têm PIB acima dos 3%
De acordo com o último Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, considerado como uma espécie de prévia do PIB, o Brasil registrou avanço de 0,9% na economia em janeiro na comparação com dezembro do ano passado, atingindo 154,6 pontos, maior patamar da série histórica, iniciada em janeiro de 2003.
Porém mesmo com essa largada promissora que deverá ser constatada no primeiro trimestre, a Fazenda entende que no segundo semestre desse ano “o PIB tende a desacelerar, ficando próximo da estabilidade”.
Inflação
No caso da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a estimativa da Fazenda Nacional é fechar este ano em 4,9% e 2026 em 3,5%.
“Para o IPCA, a projeção de 2025 foi revisada de 4,8% para 4,9%. Mudanças marginais no cenário esperado para a inflação explicam a mudança. Frente às variações acumuladas em doze meses até fevereiro, a expectativa até o final do ano é de desaceleração nos preços de monitorados e alimentos, de estabilidade na inflação de serviços e de aceleração nos preços de bens industriais. As medidas para conter o avanço nos preços de alimentos podem contribuir para melhorar esse cenário, assim como a manutenção do câmbio em patamar mais próximo de R$/US$ 5,80. Para 2026, a projeção para o IPCA avançou de 3,4% para 3,5% devido a efeitos inerciais, principalmente. De 2027 em diante, projeta-se IPCA próximo ao centro da meta de 3,0%”, traz o Boletim Macrofiscal.
Em sentido contrário, o mercado financeiro, pelo Focus, persiste em uma visão mais amarga e acredita em uma inflação de 5,66% e 4,48%, para este e próximo ano, respectivamente.