Na última terça-feira (3), a Prefeitura de São Paulo anunciou a privatização da gestão de três escolas municipais em construção nas zonas sul (Campo Limpo e Santo Amaro) e norte (Pirituba/Jaraguá) da capital. A medida do governo do prefeito Ricardo Nunes entrega a administração das unidades a organizações privadas, em um ataque frontal à educação pública e à juventude. O esquema das OSs, inspirado nas unidades de saúde privatizadas, transfere recursos do Estado para capitalistas, que visam lucrar às custas do sucateamento do ensino e do sacrifício do direito à educação.
As escolas, ainda em construção, terão professores contratados diretamente pelas organizações privadas. A Prefeitura afirma que fornecerá material didático, uniformes e definirá o conteúdo pedagógico. A entrega da gestão a empresas privadas, no entanto, destrói a educação pública ao subordiná-la aos interesses do lucro. O governo Nunes defende a medida citando o desempenho do Liceu Coração de Jesus, municipalizado em 2023, que teria superado a média da rede municipal na Prova São Paulo.
Localizado na região central, o Liceu atende 574 alunos da educação infantil e ensino fundamental, com repasses de R$450 mil mensais da Prefeitura. Um convênio com os padres que gerem a instituição foi firmado após o anúncio de fechamento do colégio particular em agosto de 2022. O governo municipal omite os valores investidos na construção das novas escolas e os repasses às futuras gestoras privadas, escondendo o custo real da transferência de recursos públicos para o setor privado.
O ataque à educação pública ocorre em um momento de crise. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram queda na alfabetização em São Paulo. Na última sexta-feira (23), o governo Nunes afastou 25 diretores de escolas municipais, alegando maus resultados em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Educadores e sindicatos denunciam que a falta de investimentos, e não a atuação dos diretores, é a causa do problema.
A privatização segue o modelo de 2.220 das 2.579 creches municipais, já entregues a entidades privadas. A expansão dessa prática para as escolas revela o plano do governo Nunes de desmantelar a educação pública, transferindo verbas do Estado para capitalistas. Essas organizações, movidas pelo lucro, cortam gastos com professores, infraestrutura e materiais, destruindo a qualidade do ensino e condenando os alunos, sobretudo das periferias, a um futuro de exclusão.
O governo Nunes ataca a juventude ao transformar a educação em mercadoria. A entrega das escolas a empresas privadas beneficia vampiros capitalistas que lucram com a miséria do povo, sem compromisso com a formação dos estudantes. A medida é um passo para o desmonte total da educação pública, que deve ser garantida como direito universal, gratuito e de qualidade.
Os estudantes, junto a professores, pais e trabalhadores da educação, precisam organizar comitês de luta para combater esse ataque. A mobilização é a única forma de barrar a destruição da educação pública e impedir que o governo Nunes entregue o futuro da juventude aos interesses capitalistas. A luta deve ser firme para garantir que a educação permaneça livre da ganância de quem explora o povo e o condena à miséria.