A fim de valorizar e incentivar a produção de conhecimento acadêmico sobre cuidados e políticas públicas, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), promove o 1º Prêmio Nacional de Trabalhos Acadêmicos Tecendo Os Cuidados.
A iniciativa foca no fortalecimento do debate público sobre o cuidado como um direito, um trabalho, uma necessidade e um bem público, além de contribuir para o aprimoramento da gestão das políticas de cuidado, promovendo o avanço do conhecimento na área. O foco são pesquisadores e estudantes de graduação, pós-graduação e doutorado.
O tema desta primeira edição do Prêmio é “Políticas públicas de cuidado”. Os trabalhos devem abordar esta temática e incentiva-se que considerem alguma das desigualdades interseccionais – de gênero, raça, etnia, classe, deficiência e território, em torno de pelo menos um dos seguintes tópicos:
- Garantia de direitos e políticas para quem necessita de cuidados e para quem cuida de forma não remunerada;
- Promoção da compatibilização entre trabalho remunerado, educação e necessidades familiares de cuidado;
- Promoção do trabalho decente para trabalhadores(as) do cuidado remunerado;
- Políticas para reconhecimento e valorização do trabalho de cuidado e transformação cultural para uma divisão mais justa do cuidado;
- Governança e gestão das políticas de cuidado.
Ou seja: o prêmio busca incentivar trabalhos que considerem o Marco Conceitual da Política Nacional de Cuidados do Brasil. Para mais informações, acesse aqui. Os trabalhos podem ser inscritos até 1º de setembro.
Para Ingrid Guzeloto, internacionalista e pesquisadora de estudos de gênero com foco no trabalho de cuidado, e integrante do Coletivo Nacional de Mulheres do PT, a ação do governo Lula em promover uma iniciativa como esta representa o compromisso de uma gestão que busca o caminho de conseguir impactar a produção de políticas públicas sobre o tema.
Leia mais – Sistema UNA Casa da Mulher Brasileira chega à unidade de Anadindeua (PA)
“Temos avançado muito aqui no Brasil justamente com o Plano Nacional do Cuidado, que é uma novidade, e eu não tenho dúvidas de que ele vai ser, assim como muitas políticas públicas, utilizado para a formulação de outras medidas semelhantes. Eu fico muito feliz de saber que o Brasil está preocupado com as mulheres que têm dedicado suas vidas, literalmente, em cima desses trabalhos invisíveis, seja de forma remunerada, seja de forma não remunerada”, celebra a pesquisadora.
Ela destaca ainda que os trabalhos apresentados poderão expor novos olhares sobre como tornar o trabalho do cuidado menos desigual e injusto para as mulheres, a partir de uma reflexão sobre a divisão sexual do trabalho, com recorte de raça.
“A gente precisa formular em cima das necessidades dessas mulheres, mas também formular pensando em como podemos transformar a nossa cultura, a mentalidade das pessoas, para que as mulheres que realizam esse tipo de trabalho tenham um outro reconhecimento para com a sociedade. Os sonhos dessas mulheres acabam sendo interrompidos e atravessados por outras demandas que não são necessariamente de responsabilidade única dessas mulheres, né? Então a gente precisa buscar uma divisão mais justa dessa forma de trabalho”, destaca Ingrid.
Premiação
As três melhores classificações de cada categoria receberão premiação em dinheiro e terão seus trabalhos publicados em meio digital pelo MDS.
- Graduação: Prêmios entre R$ 2.000 e R$ 4.000;
- Pós-graduação: Prêmios entre R$ 4.500 e R$ 6.000;
- Doutorado: Prêmios entre R$ 7.000 e R$ 12.000,
Além da premiação financeira, as(os) vencedoras(es) receberão certificados de reconhecimento e terão seus trabalhos divulgados nacionalmente.
Da Redação do Elas por Elas, com informações do MDS