O governo Lula (PT) anunciou nesta terça-feira 13 que paralisará a cessão do terreno da Favela do Moinho, no centro da cidade de São Paulo, à gestão estadual comandada por Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado por Esther Dweck, criticou o modo como o governo Tarcísio conduz a desocupação da área.

“O governo federal não compactua com qualquer uso de força policial contra a população”, diz a pasta. Desde o início da negociação, afirma o MGI, a Secretaria do Patrimônio da União “deixou explícito que a cessão da área estava vinculada à condução de um processo de desocupação negociado com a comunidade e transparente”.

Tarcísio apresentou em abril um pedido de cessão, a fim de transformar a área em um parque. Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do estado alegou ter proposto o reassentamento voluntário das famílias da Favela do Moinho e obtido “90% de adesão”.

A secretaria acrescentou que a discussão sobre a futura destinação do terreno poderá ocorrer simultaneamente às medidas em curso e refoçou que as ações “seguem em andamento normalmente”.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo pressiona cerca de 800 famílias a aceitar cartas de crédito ou um auxílio‑moradia de 800 reais até 2027, quando ficariam prontos conjuntos habitacionais. Dezenas delas, contudo, resistem: pedem a suspensão imediata das demolições, a negociação “chave por chave” (só sair quando receberem o imóvel prometido), a construção de habitação social no centro e um plano concreto para as dezenas comércios que sustentam boa parte da comunidade.

Na tarde desta terça, houve mais um protesto que paralisou a Linha 8-Diamante da CPTM pelo segundo dia seguido. A operação se normalizou por volta das 15h30.

Vídeos obtidos por  CartaCapital mostram PMs disparando balas de borracha, lançando bombas de efeito moral e avançando em formação tática com escudos para dispersar moradores, ativistas e autoridades.

As deputadas estaduais Ediane Maria e Paula Nunes, da Bancada Feminista (PSOL), testemunharam bombas de efeito moral lançadas à queima‑roupa contra manifestantes e integrantes de suas equipes.

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Last Update: 13/05/2025