Segundo informações divulgadas pela colunista de O Globo Malu Gaspar, no artigo intitulado A estratégia do governo Lula para enfrentar as novas políticas da Meta e publicado no último dia 17, o Palácio do Planalto (sede do governo federal) realizará uma consulta pública no próxima quarta-feira (22) e, com base nisso, deverá acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para empreender uma ofensiva contra as mudanças de políticas de moderação de conteúdo da Meta. Sob o pretexto de combater a desinformação, a iniciativa expõe sua verdadeira intenção: censurar as redes sociais. Diz a jornalista em sua coluna:
“Conforme informou o blog, o governo avalia acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar as novas regras da Meta. Um dos caminhos em análise é entrar com algum pedido nas ações sobre o Marco Civil da Internet, que já estão sob julgamento no plenário da Corte. O martelo, no entanto, só será batido após a audiência.”
Ao fazer isso, o governo acabará fortalecendo os órgãos do imperialismo, apoiando as agências ditas de checagem, todas elas ligadas à ditadura mundial. Essa política é ainda mais absurda quando se observa que a empresa não adotou nenhuma postura direta contra o governo brasileiro. No entanto, é assim que a questão está sendo apresentada pelo recém-empossado ministro da Secretaria de Comunicação Sidônio Palmeira, que após tomar posse, no último dia 14, declarou:
“Na reunião, vai ser tomado um posicionamento junto com a AGU para ver o que a gente já encaminha, para o Supremo. Nós somos um país que tem leis.”
Se Elon Musk e sua administração no X podem ser acusados de desafiar uma determinação judicial (ilegítima e contrária às leis brasileiras, não se deve esquecer), dando margem para que se levantasse a questão da soberania nacional, como no caso de suas críticas públicas a Alexandre de Moraes, Zuckerberg manteve um distanciamento conveniente. As mudanças nas políticas da Meta não se dirigiram especificamente ao Brasil, mas a esquerda insiste em criar um confronto artificial. É ridículo tentar enquadrar Zuckerberg como inimigo da soberania nacional como faz o ministro Palmeira, uma fantasia que apenas enfraquece o governo e o expõe ao ridículo.
Ainda mais grave é a defesa do programa de checagem de fatos promovido pelo governo. Essa política transfere ao imperialismo, na forma de empresas de comunicação mentirosas e desmoralizadas, o poder de determinar o que é verdade ou mentira. Órgãos como O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, que controlam diretamente essas agências, foram os maiores propagadores de mentiras nas últimas décadas. Não por acaso, essas publicações desempenharam funções centrais no golpe de 2016, na prisão de Lula em 2018 e no golpe de Estado subsequente, com a proscrição ilegal de sua candidatura presidencial.
Ao se alinhar com esses mesmos monopólios de comunicação, o governo se desmoraliza com o imperialismo e repete erros, que no passado, levaram ao golpe contra Dilma Rousseff e ao aprofundamento da crise política no País. Não só isso: ao reforçar o papel do imperialismo como “árbitro da verdade”, Lula cava sua própria cova.
Uma vez que essas ferramentas de censura forem consolidadas, serão inevitavelmente usadas para esmagar a esquerda e qualquer tentativa de mobilização popular. Em vez de combater o imperialismo, o governo está pavimentando o caminho para sua própria destruição.
A verdadeira política democrática e alinhada aos interesses da classe trabalhadora é a defesa irrestrita da liberdade de expressão nas redes sociais. A censura nunca serviu para proteger os oprimidos ou resolver os problemas da esquerda, mas sim para reforçar o controle das classes dominantes.
Se a esquerda quer combater as mentiras e o direcionamento dado pelas redes sociais para beneficiar o imperialismo, deveria lutar pela liberdade de expressão plena e exigir a abertura dos códigos-fonte das plataformas, expondo os mecanismos de manipulação na divulgação dos conteúdos. Qualquer outra política não é apenas contrária aos interesses da classe trabalhadora, mas um tiro no pé que fortalecerá a direita e dificultará a organização popular.