O governo Lula está mobilizando esforços para impulsionar o desenvolvimento regional, abrir mercados para os produtos brasileiros e proteger a economia nacional dos impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, detalhou ações do Executivo que visam a integração com a América do Sul e a mitigação dos efeitos do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.
Simone Tebet assegurou aos parlamentares que o plano de contingência de ajuda aos exportadores não comprometerá a responsabilidade fiscal. “O que posso dizer, por enquanto, é que vai ter um impacto fiscal muito pequeno”, afirmou, garantindo que as medidas não aumentarão a dívida pública nem causarão inflação. O plano, que deve ser apresentado em breve por meio de uma medida provisória, foi concebido com base em lições da pandemia para beneficiar diretamente os setores e empresas exportadoras atingidas. A ministra destacou que a iniciativa visa proteger os trabalhadores e apoiar empresas que não conseguiram redirecionar sua produção para outros mercados.
Integração Regional e Desenvolvimento
Tebet também detalhou o projeto Rotas de Integração Sul-Americana, uma estratégia ambiciosa que busca reverter a histórica falta de integração do Brasil com seus vizinhos. Com 190 obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o plano visa ampliar o comércio e o escoamento da produção brasileira pelo Oceano Pacífico, diminuindo a dependência de mercados tradicionais. “O Brasil historicamente está de costas para a América do Sul, e a América do Sul está de costas para o Brasil”, declarou a ministra, destacando que o comércio inter-regional representa apenas 15% do total, um percentual muito abaixo do visto em outras regiões do mundo. O projeto não se limita ao comércio, mas busca também uma integração cultural e turística, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais.