O governo Lula inicia nesta quarta-feira (2) as inscrições para a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), o “Enem dos Concursos”, que traz como destaque a ampliação das ações afirmativas e a garantia de paridade de gênero na convocação para a segunda fase. O certame oferecerá 3.652 vagas para 32 órgãos federais, com oportunidades para os níveis médio e superior.

Uma das principais mudanças anunciadas é a equiparação de gênero entre candidatos aprovados para a fase discursiva, caso o número de mulheres seja inferior a 50%. A medida, inédita no serviço público federal, não implica reserva de vagas, mas corrige distorções na seleção.

Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, a medida busca corrigir distorções identificadas na primeira edição do concurso. “No resultado do CPNU 1, houve um percentual de mulheres aprovadas menor do que o percentual de mulheres inscritas. Duas coisas importantes são apontadas na literatura. Uma é a questão da dupla ou tripla jornada. Lembrando que a média de idades aprovadas no CPNU 1 foi entre 35 e 45 anos, ou seja, são pessoas que em geral já estão no mercado de trabalho, já têm filhos. E aí você exigir dessas pessoas, principalmente das mulheres, conseguir se dedicar aos estudos específicos para aquela prova, acaba que elas têm uma desigualdade com os homens”, explicou em coletiva nesta segunda-feira (30).

A nova edição também se alinha à Lei de Cotas, com 30% das vagas reservadas: 25% para pessoas negras (pretas e pardas), 3% para indígenas e 2% para quilombolas. Além disso, 5% serão destinadas a pessoas com deficiência.

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, reforçou o impacto da iniciativa: “Nós temos andado o Brasil, temos encontrado com as mulheres e tudo o que elas querem é estarem na agenda nacional, na agenda de equidade e propositiva. O Ministério das Mulheres está junto nesse processo. Vamos ajudar a divulgar em todos os nossos fóruns e espaços, para que a informação chegue a todas as pessoas que, porventura, tenham interesse nesse processo”.

A prova objetiva ocorrerá em 5 de outubro, e a discursiva, em 7 de dezembro, para os candidatos habilitados. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) será responsável pela aplicação das provas, que ocorrerão em 228 municípios. Os candidatos poderão se inscrever em um dos nove blocos temáticos, com taxa de R$ 70. Isentos são os inscritos no CadÚnico, doadores de medula e egressos do Fies ou Prouni.

O primeiro CPNU, realizado em 2024, foi o maior da história do país, com mais de 2,1 milhões de inscritos e 6.640 vagas ofertadas. Para esta nova edição, a expectativa é repetir o alcance e aprofundar a inclusão.

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Last Update: 01/07/2025