Foi anunciado na última terça-feira (28) a criação de um posto de acolhimento para os brasileiros deportados dos Estados Unidos.
A decisão foi confirmada pelo governo federal após a reunião realizada no Palácio do Planalto, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e integrantes das Forças Armadas.
O local escolhido para a unidade foi o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Com a justificativa de que entre os últimos anos, os voos fretados pelo governo estadunidense em que trazem brasileiros deportados de volta ao país, tem Confins como destino final.
“Conversamos com o presidente e fomos autorizados a iniciar as tratativas para estabelecer, em Confins, um posto de atendimento humanitário, tendo em vista que poderemos ter mais voos [de deportação] previstos. Toda nossa expectativa é trabalhar para garantir que famílias não venham separadas e que esses passageiros tenham boas condições de água, alimentação e temperatura [da aeronave], que me parece que foi a coisa mais prejudicial no processo desse [último] voo”, afirmou a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo.
A ideia inicial para este projeto é concentrar as pessoas neste posto de atendimento humanitário, no aeroporto, e oferecer todo auxílio que precisarem, incluindo políticas de inclusão no mercado de trabalho, confirmou também a ministra Macaé Evaristo.
Até o momento não há previsão de quando o centro de acolhimento estará pronto e em funcionamento.
A medida foi tomada após dias do voo em que trouxe 88 brasileiros que foram deportados dos EUA, neste voo, os passageiros relataram diversas situações problemáticas e desumanas. Como todos terem passado toda a viagem algemados, com restrição para usar o banheiro, para comer, agressões e até mesmo problemas técnicos que resultaram no mau funcionamento do ar-condicionado e escalas não previstas.
Este foi o primeiro avião com brasileiros deportados desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou posse do cargo, e segundo ele, o governo não terá sequer tolerância com imigrantes ilegais dentro do país.
Uma das escalas foi já dentro do Brasil, em Manaus, onde a Polícia Federal (PF) interviu no tratamento dos passageiros e determinou a retirada das algemas de todos. Após isso, por iniciativa do presidente Lula, os brasileiros embarcaram em um novo avião, desta vez, enviado pela Força Aérea Brasileira (FAB), que os levou até o destino final, na capital mineira.
“Estamos agora trabalhando para encontrar soluções e formas adequadas para que cheguem ao Brasil os brasileiros repatriados, mas dentro da atenção absoluta ao respeito aos direitos humanos, as condições necessárias de viagem e atenção necessária aos passageiros nesses voos”, destacou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
*Com informações da Agência Brasil.