ativista Thiago Ávila no canto esquerdo de foto, sério, sem olhar para a câmera, em close
O ativista Thiago Ávila – Reprodução

O governo brasileiro confirmou, nesta quinta-feira (12), a libertação e o retorno ao Brasil do ativista Thiago Ávila, que integrava a tripulação do veleiro “Madleen”, embarcação que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O brasileiro foi detido por três dias em Israel após a interceptação do barco por forças israelenses no Mar Mediterrâneo, no último domingo (9).

De acordo com o Itamaraty, o ativista embarcou em um voo comercial com destino a Madri às 16h05 (horário local) e, de lá, seguirá em conexão para o Brasil. A chegada ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, está prevista para a manhã desta sexta-feira (13).

Além de Ávila, outros cinco ativistas da Coalizão Flotilha da Liberdade (Freedom Flotilla Coalition – FFC) foram deportados. O grupo foi preso após tentar romper o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, transportando alimentos e itens básicos de sobrevivência em uma ação de solidariedade internacional.

Durante a detenção, o brasileiro se recusou a assinar documentos de deportação e foi levado para uma cela solitária, escura e sem ventilação, iniciando uma greve de fome em protesto. Segundo denúncias, ele foi ameaçado de permanecer sete dias na solitária sem acesso à defesa legal.

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores condenou a detenção de Thiago Ávila e fez um apelo para que Israel permita a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em conformidade com o direito internacional humanitário:

“No contexto da gravíssima situação de calamidade humanitária na Palestina ocupada, e em especial na Faixa de Gaza, cuja população sofre com fome e desnutrição generalizadas decorrentes do bloqueio imposto por Israel, o Brasil insta o governo israelense a permitir o acesso imediato e sem restrições de alimentos e itens básicos de subsistência na Faixa de Gaza, em linha com as obrigações impostas pelo direito internacional humanitário”.

O órgão também destacou que, desde a interceptação do veleiro “Madleen”, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv atuou para garantir a segurança e a integridade física de Thiago Ávila, mantendo contato direto com seus familiares e prestando assistência consular.

A Freedom Flotilla Coalition declarou que os ativistas foram “sequestrados à força em águas internacionais e levados para Israel contra sua vontade”, contrariando normas do direito internacional. Segundo a organização, todos os voluntários foram forçados a escolher entre assinar a deportação ou enfrentar um processo judicial no país.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 12/06/2025