As empresas Google e Meta comunicaram ao Supremo Tribunal Federal que a conta de Instagram @gabrielar702, atualmente sob investigação, foi registrada com o e-mail [email protected].
A revelação consta de documentos que estavam sob sigilo e foram tornados públicos nesta segunda-feira 23 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que apura a trama golpista. Conforme os documentos, o Google informou que o e-mail foi criado em 2005 e está vinculado a um usuário cuja data de nascimento é a mesma de Mauro Cid.
A Meta, responsável pelo Instagram, confirmou que a conta @gabrielar702 foi aberta utilizando esse mesmo endereço de e-mail e que ele está verificado nos registros da plataforma.
O perfil ganhou repercussão após a publicação, pela revista Veja, de mensagens atribuídas a Mauro Cid, em que ele falaria sobre os termos de sua colaboração premiada com pessoas ligadas ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante depoimento ao STF, Cid afirmou que não tratou do conteúdo de sua delação pelo Instagram. Questionado sobre o perfil @gabrielar702 pelo advogado Celso Vilardi, que atua na defesa de Bolsonaro, Cid afirmou não saber se o perfil era da sua esposa, embora tenha reconhecido que o nome dela é Gabriela.
A equipe de defesa do tenente-coronel nega que ele seja responsável pelas mensagens divulgadas e solicitou apuração sobre a titularidade da conta. Nos autos, o advogado Eduardo Kuntz, que defende o ex-assessor Marcelo Câmara, declarou ter sido ele o responsável pelas conversas mantidas por meio da conta.
Diante dessas informações, Moraes interpretou os fatos como indícios de uma tentativa de interferência na investigação e determinou a prisão de Câmara, além da abertura de inquérito contra o advogado.