Cristiane da Silva
Cristiane da Silva

Por Ana Oliveira e Felipe Borges | Pragmatismo Político

Cristiane da Silva, de 33 anos, natural de Balneário Camboriú (SC), foi presa pela Polícia Federal (PF) no final de maio ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE). Garçonete de profissão, Cristiane foi condenada por associação criminosa e incitação ao crime nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A prisão ocorreu durante uma operação de repatriação organizada pelo governo federal que trouxe de volta ao Brasil 103 brasileiros deportados dos Estados Unidos.

Segundo a PF, Cristiane era uma das três pessoas com pendências judiciais entre os repatriados. Ela foi detida assim que pisou em território nacional. Os demais deportados seguiram viagem para Confins (MG) em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

A condenada havia deixado o Brasil ainda em 2024, quando o processo judicial contra ela estava em fase inicial. Recusou as alternativas penais oferecidas pela Justiça, como prestação de serviços comunitários e participação em curso sobre democracia, e iniciou uma fuga internacional que passou por ao menos cinco países.

O primeiro destino foi a Argentina, seguida por Peru e Colômbia. Segundo relatado por ela própria em depoimento, abandonou a Colômbia por considerar o governo local alinhado à esquerda. Em seguida, atravessou o Panamá e o México, até chegar à cidade de El Paso, no Texas, onde foi detida no dia 21 de janeiro deste ano por autoridades migratórias dos EUA.

Durante depoimento à Polícia Federal, Cristiane afirmou que esteve em Brasília apenas como visitante e negou envolvimento nas ações golpistas. Disse ainda ter pago R$ 500 por uma vaga em um ônibus fretado por militantes bolsonaristas rumo à capital federal, no início de janeiro de 2023.

Apesar da negativa, a Justiça considerou comprovada sua participação nos atos e a condenou a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime. A sentença incluiu a possibilidade de substituição da pena por medidas alternativas, que foram formalmente recusadas por Cristiane antes de sua fuga.

A operação de repatriação que resultou na prisão da foragida foi coordenada pelo Ministério da Justiça em conjunto com a Polícia Federal e autoridades dos Estados Unidos. A extradição de brasileiros que entram de forma irregular em território norte-americano tem sido recorrente nos últimos meses e, neste caso, envolveu também cooperação jurídica em matéria penal.

Cristiane encontra-se agora sob custódia da Justiça brasileira e deverá cumprir a pena imposta pela condenação relacionada aos eventos de 8 de janeiro.

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Last Update: 07/07/2025