
O general da reserva Estevam Theophilo, um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022, apresentou sua resposta à acusação nesta sexta-feira (8).
No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o militar solicitou o arquivamento da denúncia e criticou duramente a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro.
A denúncia apresentada pela PGR aponta que Estevam Theophilo, ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), teria aceitado coordenar o emprego das forças terrestres e se comprometeu a tomar as medidas necessárias para executar a ruptura institucional, caso um decreto de Bolsonaro fosse assinado.
A PGR considera o militar como um dos responsáveis por orquestrar os movimentos golpistas após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Em sua defesa, o general questiona a validade da delação premiada de Mauro Cid, que contribuiu com as investigações sobre o suposto plano golpista.

Theophilo classifica as declarações de Cid como “ilegais” e “involuntárias”, pedindo que o acordo de colaboração premiada seja considerado nulo. A defesa argumenta que houve divergências contraditórias nas declarações de Cid sobre os mesmos fatos e solicita a invalidade do depoimento de 11 de março de 2024.
A defesa de Theophilo também refutou as acusações com base na perícia realizada nos aparelhos do general, que, segundo o documento, não encontraram nenhum vínculo entre ele e a trama golpista. “Não há nenhum documento ou relação com os eventos, planos, crimes ou pessoas da suposta organização criminosa armada”, alegam os advogados.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, a defesa pediu que sete generais, tanto da ativa quanto da reserva, sejam convocados como testemunhas. Entre os nomes solicitados estão o ex-comandante do Exército Freire Gomes e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
Segundo os advogados, o depoimento de Freire Gomes, junto ao do brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, à Polícia Federal, foi um dos elementos centrais das investigações da PGR, que culminaram na denúncia.
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