Em um discurso no 17º Encontro Nacional do PT, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República e ex-presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, agradeceu o apoio da militância durante os momentos mais difíceis da história recente e relembrou a trajetória construída ao lado de dirigentes, militantes e aliados, destacando o papel decisivo do PT na reconstrução do país, ao lado do presidente Lula.
“Se é verdade, presidente, que a aliança para ganhar a eleição de 22 foi muito importante, também é verdade que, sem essa militância, sem esse partido forte e unido, a gente não teria construído aquela aliança e subido a rampa do Planalto”, afirmou.
Gleisi reforçou o orgulho de ter presidido um partido que chegou cinco vezes à Presidência da República, três delas com Lula, e fez história na democracia brasileira. “Não tem paralelo, a não ser na época do Império, em que eles ficavam sempre no poder da ditadura […] Três vezes ser presidente da República, passando por tudo que passou. Isso diz muito para a política brasileira e para a história do Brasil.”
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Programas sociais e crescimento com distribuição de renda
Gleisi lembrou os avanços do atual governo Lula em apenas dois anos e meio. Entre as políticas retomadas, citou o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Farmácia Popular, o Pronaf, o SAMU, as unidades de saúde e o fortalecimento da Petrobras e do BNDES. “É muita coisa, gente. Esse país cresceu mais de 3% nos últimos dois anos quando todo mundo apostava que não cresceríamos 1%. Nós reduzimos o desemprego à menor taxa histórica e aumentamos a renda do nosso povo.”
Mas destacou que é preciso avançar também na justiça fiscal. “Não é possível que os muito ricos não paguem imposto nesse país e que o imposto recaia sobre a classe trabalhadora. Está na hora de mudar.” Gleisi defendeu a aprovação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil e que tributa rendas altas. “Essa oneração vai cair em cima de 143 mil pessoas. É só pra gente ter uma ideia do nível de concentração de renda nesse país.”
A ministra elogiou a campanha do partido que propõe taxar “bancos, bilionários e bets” e cobrou apoio à pauta no Congresso. “Essa gente não pode continuar ganhando dinheiro e não contribuir com a riqueza do Brasil.”
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Defesa da soberania e rumo a 2026
O discurso também marcou uma reação firme à ameaça de ingerência estrangeira no Brasil. Sem citar diretamente os Estados Unidos, Gleisi repudiou qualquer tentativa de intervenção em assuntos internos do país. “Agora nós temos que lutar contra a intervenção estrangeira no nosso país. É inacreditável o que está acontecendo […] causado por um ex-presidente e sua família que quer anistia, que se fantasiam com a bandeira brasileira e entregam o nosso país ao estrangeiro. Sem anistia!”
A ministra ainda reforçou o apoio ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes. “Tem sido fundamental no encaminhamento desse processo e não tem baixado a cabeça.”
Segundo Gleisi, a realização do PED (Processo de Eleições Diretas) foi essencial para reorganizar o partido e preparar a militância para os desafios que virão. Com o fortalecimento das bases e o engajamento de lideranças estaduais e nacionais, ela se mostrou confiante: “Começou a organização do PT para nós enfrentarmos as eleições de 26. Nós vamos reeleger o nosso presidente Lula.”
Solidariedade internacional
O encerramento de sua fala foi marcado por um chamado à solidariedade internacional e à denúncia do genocídio na Faixa de Gaza. “É uma vergonha para a humanidade o que o governo de extrema direita de Netanyahu está fazendo com a população palestina […] Viva a luta dos povos, viva o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.”
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Da Redação