Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Foto: Gil Ferreira/SRI

Ao ser homenageada por duas mil pessoas num jantar em Curitiba, a ministra Gleisi Hoffmann tirou qualquer dúvida sobre o próximo passo eleitoral: “Possivelmente, se eu for candidata a algum cargo, serei candidata novamente a deputada federal”. A frase, ainda que dita em tom reservado, reorganiza o xadrez do PT para 2026: ela seguirá como ponta de lança do governo na Câmara, onde costura orçamentos e isola a extrema-direita.

Emocionada, Gleisi agradeceu o tributo: “Sem palavras para agradecer o carinho que recebi”. O evento reuniu sindicatos, empresários e líderes petistas, reafirmando a força da ministra no Paraná — estado emblemático para a reconstrução da esquerda depois do ciclo bolsonarista.

Escolher a eleição proporcional é movimento tático. Como puxadora de votos, Gleisi pode inflar a bancada petista no estado e, ao mesmo tempo, manter o posto de “construtora de maiorias” no Congresso, papel decisivo para blindar Lula num novo mandato. Aliados descrevem a opção como “uma decisão sensata e estratégica” para 2026.

Nada, porém, impede voos mais altos. Dentro do PT, seu nome circula tanto para eventual vice numa chapa puro-sangue quanto para cabeça de chapa caso Lula não dispute a reeleição. Gleisi encarna a ala mais fiel ao lulismo e sustenta o discurso de enfrentamento direto à direita — ativo precioso num cenário polarizado.

A ministra faz questão de sinalizar esse compromisso: “Sigo com o coração cheio de gratidão e a mesma disposição de sempre para trabalhar pela nossa gente. Vamos juntos pela nossa democracia, fortalecendo o governo do presidente Lula e lutando por uma sociedade mais justa e igualitária”. É a senha de que continuará no centro da engrenagem petista, comandando articulações e votos.

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Last Update: 01/06/2025