A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, acenou para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e relembrou a trama golpista de 2022 em seu primeiro discurso após assumir o cargo, nesta segunda-feira 10. Ela substitui Alexandre Padilha, que tomou posse como novo ministro da Saúde.
Ao longo de seu terceiro governo, o presidente Lula (PT) sofre com a falta de apoio unificado inclusive de partidos que ocupam ministérios, como União Brasil, Republicanos, PP e PSD.
“Nosso trabalho conjunto deve se refletir na consolidação de uma base de apoio estável já a partir da votação do Orçamento de 2025, para avançarmos na agenda legislativa”, disse Gleisi na cerimônia de posse. Ela destacou como uma de suas prioridades a aprovação da reforma do Imposto de Renda, com a isenção para pessoas que recebem até 5 mil reais por mês.
Apesar de discordâncias com Haddad ao longo dos últimos anos, Gleisi declarou que ajudará na consolidação da pauta econômica e fez elogios ao trabalho do correligionário.
A nova ministra afirmou ser necessário reconhecer as diferenças, respeitar adversários, formar alianças e cumprir acordos. Uma das críticas de lideranças do Centrão à gestão de Padilha na articulação política era um suposto descumprimento de acertos firmados no Congresso — entre os desafetos declarados do petista estava o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Gleisi também relembrou a eleição de 2022 e disse que, além de vencer nas urnas pela vontade popular, Lula derrotou “a trama golpista que culminaria com os atentados de 8 de Janeiro de 2023”. Ela ainda elogiou Alexandre de Moraes por seu papel “na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional”.
“Chego para somar em um governo de ampla coalizão, dialogando com as forças políticas do Congresso e com as expressões da sociedade, suas organizações e seus movimentos”, acrescentou. “Chego para colaborar com todos os ministros, respeitando os espaços e as competências de cada um.”
Quem é Gleisi Hoffmann
Deputada federal desde 2019, ela era presidenta do PT desde julho de 2017 e esteve à frente do partido em momentos delicados como a ascensão da Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff, a vitória de Jair Bolsonaro e os 580 dias de prisão de Lula.
Antes de chefiar a legenda, ela foi senadora, entre 2011 e 2018. Licenciou-se do mandato de 2011 a 2014 para exercer o cargo de ministra da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma.
Gleisi iniciou sua trajetória política no movimento estudantil no Paraná, formou-se em Direito, trabalhou como secretária estadual em Mato Grosso do Sul e foi secretária de Gestão Pública em Londrina. Também foi diretora financeira da Itaipu Binacional.