Completam-se 70 anos da trágica morte do presidente Getúlio Vargas, um estadista, modernizador, comprometido com o povo e com o país, cuja memória deve ser reverenciada.

Todo trabalhador e trabalhadora do Brasil que tem carteira profissional, jornada regulamentada, férias, licença maternidade, representação e benefícios das convenções coletivas é herdeiro do legado de Getúlio. Todos os filhos e filhas de trabalhadores, criados sob a segurança proporcionada pela CLT, é herdeiro deste legado.

Como sindicalistas, lutamos para que este patrimônio do povo brasileiro se fortaleça.

Getúlio rompeu com a oligarquia de fazendeiros que controlava o país antes de 1930 e conseguiu implementar um projeto de desenvolvimento que contemplava lutas sindicais, reformulando as relações de trabalho.

Em seu governo foi criado o Ministério do Trabalho e Emprego, regulamentada a sindicalização das classes operárias e patronais, criado o Primeiro Código Eleitoral do país, a carteira profissional e consolidadas diversas leis trabalhistas em 1º de maio de 1943.

Através da criação de grandes empresas nacionais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) e a Petrobras, estabeleceu-se o protagonismo de um sistema industrial na economia estimulando a mobilidade social. Com diferentes arranjos políticos e institucionais, o Brasil mudou de sociedade agrário exportadora de base rural para uma sociedade urbano-industrial.

Isso exigiu uma mudança de mentalidade contra a qual a elite de perfil escravocrata reagiu de forma contundente e violenta. Sobre sistemática pressão, em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas decidiu tirar a própria vida ao invés de ceder às chantagens da elite golpista.

Seu suicídio desencadeou uma grande comoção nacional, como registrou o escritor Araken Távora:

“Homens e mulheres, velhos e moços, caíam ao chão, sob fortes choques emocionais, enquanto outros não continham o pranto convulso. Os vivas a Getúlio misturavam-se aos versos do Hino Nacional, cantado por um côro de milhares de vozes. Cumpria-se, dramaticamente, a promessa de Vargas: ‘Só morto sairei do Palácio’.”

Quando a Carta-Testamento deixada pelo presidente foi transmitida pela Rádio Nacional, a comoção cresceu ainda mais.

Na Carta, Vargas enfatizou a soberania e a valorização do povo trabalhador, não deixou dúvida sobre as pressões políticas que precipitaram sua morte e disse que seus detratores se revoltavam “contra o regime de garantia do trabalho”. “Não querem que o trabalhador seja livre”, sentenciou.

Ao final, através de palavras carregadas de emoção, exaltou a população que quis libertar: “Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém” (…) “Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”.

A perseguição ao legado getulista adentrou os governos seguintes até consagrar-se no golpe de 1964. A ditadura militar e os anos subsequentes, de aprofundamento do neoliberalismo, foram marcados pela tentativa de dilapidar o que foi construído em termos de legislação trabalhista, patrimônio e soberania nacional.

Mas as mudanças protagonizadas por Getúlio Vargas foram sólidas e profundas e, mesmo com as investidas udenistas, mesmo com a ditadura militar e mesmo com a lógica dominante do mercado, o conjunto de leis consolidado em 1º de maio de 1943 ainda é o porto seguro da classe trabalhadora.

É por isso que lutamos, e é por isso que estamos aqui hoje prestando esta homenagem a este grandioso estadista brasileiro: Getúlio Dornelles Vargas!

ASSINAM

  • Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical.
  • Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
  • Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
  • Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
  • Moacyr Tesch Auersvald, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
  • José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor.
  • Aires Ribeiro, presidente da Confederação dos Servidores Públicos Municipais do Brasil (CSPB).
  • Alberto Broch, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
  • Aldo Amaral de Araujo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Obras de Terraplenagem no Estado de Pernambuco.
  • Alex Santos Custódio, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim.
  • Alvaro Egea, secretário geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
  • Antonieta Dorledo Farias, presidente do Sindicato dos Servidores do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Sisipsemg).
  • Antonio Vitor, presidente da Federação dos Trabalhadores em Alimentação de São Paulo.
  • Aprígio Guimarães, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).
  • Artur Bueno de Camargo Junior, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA).
  • Assis Melo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul.
  • Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancário da Bahia.
  • Canindé Pegado, secretário geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
  • Clarice Inês Mainardi, presidente da Federação dos Municipários do Rio Grande do Sul (Femergs).
  • Cláudio Figueroba Raimundo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e Cultura (Cnteec).
  • Cristina Helena Silva Gomes, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itapira.
  • Diany Dias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Mato Grosso (Sintap).
  • Eduardo Annunciato (Chicão), presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo.
  • Eliseu Silva Costa, presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo.
  • Emerson Silva Gomes, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintepav) da Bahia
  • Eusébio Pinto Neto, presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis do Rio de Janeiro.
  • Francisco Moura, presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditaxi).
  • Francisco Pereira (Chiquinho), presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo.
  • Gilberto Almazan (Ratinho), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região.
  • Gilberto Dourado, presidente do Sindicato dos Telefônicos do Estado de São Paulo (Sintetel).
  • Gustavo Walfrido, presidente da Federação dos Bancários de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
  • Gustavo Walfrido, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Pernambuco.
  • Jefferson Caproni, presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de São Paulo.
  • João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário geral da Força Sindical.
  • Jose Avelino Pereira (Chinelo), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba.
  • Jose Ferreira da Silva (Frei Chico), vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados.
  • José Francisco de Jesus Pantoja Pereira, presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio do Para e Amapá
  • José Ribamar Frazão Oliveira, presidente do Sindicato dos Empregados em Condomínios do Maranhão.
  • Lucia Maria Pimentel, diretora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
  • Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Comerciários de São Paulo (Fecomerciarios).
  • Marcelo Lavigne, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) Bahia.
  • Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro.
  • Marcio Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Borracha de São Paulo (Sintrabor).
  • Maria Auxiliadora dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Instrumentos musicais e Brinquedos do Estado de São Paulo.
  • Maria Bárbara, presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Rio de Janeiro.
  • Maria Lúcia Nicacio, presidente do Sindicato Trabalhadores Rurais de Manaus e Região.
  • Milton Baptista de Souza (Cavalo), presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos.
  • Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo.
  • Nilson Duarte da Costa, presidente Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada do Rio de Janeiro.
  • Nilton Neco da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Porto Alegre.
  • Nivaldo Santana, secretário de relações internacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
  • Oswaldo Mafra, presidente dos Trabalhadores em Alimentação de Itajaí.
  • Paulo Ferrari, presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo.
  • Paulo Oliveira, presidente do Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio (Seaac) de Presidente Prudente.
  • Pedro Francisco Araújo, presidente da Federação dos Trabalhadores em Segurança e Vigilância Privada do Estado de São Paulo.
  • Raimundo

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Última Atualização: 24/08/2024