A Geração Z, formada por pessoas nascidas entre 1995 e 2010, já representa uma parcela significativa da força de trabalho no Brasil. Com isso, as empresas têm sido pressionadas a rever práticas internas de comunicação, liderança e cultura organizacional.
Esse grupo cobra autenticidade, velocidade nas trocas, escuta ativa e senso de pertencimento. Para acompanhar essas exigências, áreas de Comunicação Interna e Recursos Humanos têm adotado novas tecnologias e estratégias personalizadas.
Segundo Hugo Godinho, CEO da Dialog, HR Tech especializada em Comunicação Interna, essa geração rejeita canais engessados e discursos formais. “A Geração Z quer clareza, espaço para se expressar e um propósito real”, afirma.
Jovens exigem clareza e escuta no ambiente de trabalho
Um relatório da PwC Brasil, publicado em fevereiro de 2025, mostra que 61% dos jovens brasileiros esperam que as empresas comuniquem com mais clareza seus valores, metas e estratégias.
Além disso, 58% desejam mais transparência e abertura para suas opiniões. Esses dados reforçam a importância de uma Comunicação Interna estratégica, com foco na conexão entre lideranças e funcionários.
Para Hugo, esse novo cenário exige plataformas multicanais e personalizadas. Ele afirma que a comunicação deixou de ser um boletim institucional e passou a integrar a cultura da empresa, o clima interno e o engajamento constante.
Personalização se torna desafio para as empresas
A mesma pesquisa da PwC, divulgada em agosto de 2024, mostra que 81% dos jovens valorizam a personalização da comunicação, inclusive dentro das empresas. Essa expectativa afeta diretamente o modelo tradicional de comunicação interna.
Mensagens genéricas, linguagem formal e conteúdos unilaterais perdem espaço. Em seu lugar, ganham relevância formatos multimídia, linguagem adaptada ao público e canais que promovem diálogo e participação.
As empresas que investem nesse modelo criam ambientes mais integrados. Nessas estruturas, os funcionários podem sugerir melhorias, acompanhar processos e se sentir parte das decisões.
Para Hugo, esse é um ponto-chave. “A Geração Z quer participar, opinar e cocriar. Isso só acontece se houver comunicação viva, interativa e transparente”, diz.
Tecnologia e inteligência artificial ampliam alcance
A tecnologia tem sido uma aliada na adaptação das empresas a esse novo perfil de público interno. Segundo Hugo, soluções digitais já são capazes de personalizar conteúdos, medir o engajamento dos funcionários e oferecer dados para melhorar o planejamento.
Na plataforma da Dialog, por exemplo, algoritmos de inteligência artificial monitoram padrões de comportamento e ajudam na definição de campanhas mais eficazes.
Esse tipo de ferramenta permite que as empresas conheçam melhor seus funcionários. Com essas informações, é possível adequar mensagens e ações à realidade de cada equipe.
Para Hugo, esse é o caminho. “A tecnologia nos ajuda a estruturar planos mais precisos, de acordo com quem está do outro lado. Entender com quem se fala é o primeiro passo para comunicar com eficiência”, conclui.