Nesta sexta-feira (29), as forças de segurança da Geórgia foram forçadas a dispersar uma nova manifestação golpista que ocorreu na capital, Tbilisi.
O protesto foi convocado e organizado por partidos de oposição, que estão vendidos ao imperialismo norte-americano e europeu, por ONGs pró-imperialistas e pelo primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, um cidadão georgiano infiltrado do imperialismo no Estado georgiano.
A manifestação faz parte da tentativa de golpe de Estado, sob a forma de revolução colorida, que ocorre desde as eleições parlamentares de 26 de outubro, quando o partido Sonho Georgiano foi vencedor.
O pretexto utilizado pela oposição para realizar esta nova manifestação golpista foi que o governo da Geórgia teria suspendido as negociações com a União Europeia, para integração do país ao Bloco. Contudo, conforme denuncia o primeiro-ministro, Irakli Kobakhidze, esta teria sido uma desinformação espalhada pelo embaixador da UE na Geórgia, Pavel Gerchinsky, algo que não é surpresa a Kobakhidze, pois “antes das eleições esteve diretamente envolvido na campanha eleitoral a favor da oposição radical e contra a equipe no poder, o que constitui uma violação grave da Convenção de Viena e dos processos eleitorais democráticos”.
Kobakhidze explica que o que de fato ocorreu foi que decidiu adiar até 2028 as negociações para a entrada do país na União Europeia, com a finalidade de cumprir os requisitos para a ingressão no bloco utilizando exclusivamente o orçamento interno da Geórgia. Nesse sentido, foi igualmente decidido não receber subsídio orçamentário da UE para fins de cumprimento dos requisitos, que teria a finalidade de neutralizar as ferramentas da chantagem do imperialismo europeu. O primeiro-ministro denuncia que desde 2022, pelo menos, a União Europeia utiliza a questão do ingresso no bloco para chantagear o Sonho Georgiano e o governo.
Ressalta-se que pretexto semelhante ao que impulsionou a manifestação de sexta-feira na capital da Geórgia, foi utilizado para dar início ao Euromaidan, revolução colorida desencadeada pelos EUA na Ucrânia em 2013, que culminou no golpe de Estado de 2014. À época, a revolução colorida teve início após o então presidente, Viktor Yanukovych, mais próximo da Rússia, ter decidido não assinar o Acordo de Associação União Europeia-Ucrânia, pois resultaria na subjugação política e econômica do país ao imperialismo.
Quanto à nova manifestação golpista em Tbilisi, ela ocorreu novamente na frente do parlamento, a Avenida Rustaveli onde alguns milhares, inclusive o primeiro-ministro, se concentraram, montando barricadas e bloqueando a via. Conforme declaração do Ministério do Interior, os manifestantes agiram de forma agressiva, atirando objetos nas forças de segurança, que realizavam perímetro de segurança ao redor do prédio do parlamento. Segundo informações do órgão de imprensa Rybar, os manifestantes teriam tentado invadir o parlamento, aparentemente seguindo exemplo do golpe que ocorreu recentemente na Abecásia, vizinha da Geórgia. Em razão disto, a polícia utilizou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a manifestação.
Ao final, 32 policiais teriam ficado feridos, um deles precisando ser hospitalizado conforme declaração do ministério. Quanto aos manifestantes golpistas, 43 teriam sido detidos. Nesta sexta-feira (29), face ao ocorrido, as forças de segurança instituíram um alerta vermelho para o parlamento, proibindo a entrada no edifício do parlamento a todos, exceto aqueles autorizados pelo chefe da equipe parlamentar e pelos próprios deputados.
Inflamando os golpistas, o primeiro-ministro chamou os manifestantes a resistirem, declarando que “hoje pusemos fim ao golpe constitucional, que começou há vários meses”. Pedindo expressamente uma intervenção imperialista, ele “apelou aos representantes do corpo diplomático dos países da União Europeia para ajudarem a oposição a conseguirem a convocação de novas eleições parlamentares no país”, conforme noticiado pela emissora Sputnik.
Citando novamente o exemplo do Euromaidan (Ucrânia), a primeira escalada daquele golpe de estado deu-se após investida violenta da polícia ucraniana contra acampamento dos manifestantes golpistas em 11 de dezembro de 2013. Conforme denúncias, as ordens para a investida não teriam partido do governo alvo da tentativa de golpe, mas da liderança golpista, em conspiração com membros do aparato de repressão.
No caso da Geórgia, embora ainda não se possa afirmar que algo semelhante seja viável, deve-se notar que o imperialismo já prepara uma campanha de propaganda para condenar o governo da Geórgia por suposta repressão violenta contra os golpistas. Nesse sentido, o escritório do Defensor Público da Geórgia, Levan Ioseliani, declarou nesta sexta-feira (29) que “os atos criminosos de tratamento desumano e degradante e a perseguição deliberada de manifestantes pacíficos capturados em vídeos divulgados pela mídia são alarmantes”. Levan Ioseliani é membro do partido Cidadãos, fortemente pró-Europa, isto é, pró-imperialista.
Os sinais mostram que a ofensiva imperialista será intensificada no período próximo. Ao fechamento desta edição, novos protestos golpistas ocorrem em Tbilisi, ainda mais intensos. Conforme informações divulgadas em canais de Telegram, acompanhadas de vídeos, os manifestantes estão fazendo barricadas e iniciando incêndios com vários objetos, e teriam também ateado fogo à caixa elétrica das câmaras de vídeo instaladas no Parlamento georgiano.