Jorge Helder tem uma extensa lista de serviços prestados à música brasileira. Em cerca de 40 anos de carreira, o baixista já participou da gravação de mais de 350 álbuns, em sua maioria de artistas do primeiro escalão.

Cearense radicado no Rio de Janeiro, ele esteve em destaque recentemente na grandiosa turnê de Maria Bethânia e Caetano Veloso, na qual, além de tocar baixo, fez a direção musical. Mas a marca de sua carreira é ser instrumentista de Chico Buarque em discos e shows.

Juntos, até já compuseram. A primeira música, intitulada Bolero Blues, Chico Buarque anunciou de surpresa: Helder havia entregue a melodia ao amigo, que inseriu a letra. Pouco antes de entrar no estúdio para gravar a faixa no álbum Carioca (2006), o baixista reconheceu a melodia.

Jorge Helder ficou atônito e emocionado com a notícia naquele momento. O documentário desconstrução (2006) captou a cena e está disponível na internet. “Trabalho (com Chico) de uma forma muito alegre e saudável. O Chico é uma pessoa super leve, engraçada, muito bem-humorada, um gênio”, diz o baixista em entrevista a CartaCapital.

Jorge Helder já lançou três álbuns:  Samba Doce (2020) – analisado em CartaCapital —, Caroá (2022) e Samba e Amor (2024) – estes são homenagens a Chico Buarque.

No repertório das apresentações de lançamento de Caroá, ressalta Helder, entraram composições de Chico. “Tudo instrumental. Vimos que quando tocávamos essas músicas, éramos muito bem recebidos. Isso me motivou a ter a ideia de fazer uma homenagem ao meu querido amigo.”

O trabalho sobre a obra de Chico seria um disco instrumental, mas Helder optou por ter letra e melodia. “Achei interessante também que as músicas não tivessem parcerias, que fossem só do Chico Buarque, para deixar bem nítida a admiração que tenho por ele como melodista.”

Assim, a tarefa de cantar as oito faixas do disco com músicas de Chico Buarque coube a Vanessa Moreno e Filó Machado.

Segundo Helder, Chico Buarque ouviu o disco desde o começo da produção, além de ter conhecimento da escolha do repertório.

“Cada música que a gente gravava eu mandava para ele, para ver se tinha algo errado, uma melodia errada”, diz. “Ele deu liberdade para fazer os arranjos que quisesse, mas preservei a maioria deles.”

As oito canções de Chico Buarque gravadas no álbum de Jorge Helder são: As VitrinesO que Será?, Morro Dois Irmãos, Basta um Dia, Ela Desatinou, Deus lhe Pague, Brejo da Cruz e Samba e Amor.

Além de Jorge Helder no contrabaixo acústico e elétrico, gravaram faixas no disco Chico Pinheiro (guitarra), Hélio Alves (piano acústico e teclados) e Vitor Cabral (bateria e percussão). Rafael Mota na percussão de Ela Desatinou e Iury Batista no contrabaixo de Morro Dois Irmãos completam o álbum.

Assista à entrevista de Jorge Helder a CartaCapital:

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Last Update: 15/06/2025